Em artigo na Folha de São Paulo, o cidadão Atila Iamarino se declara doutor em ciências pela USP e acrescenta que fez pesquisa na Universidade de Yale. Tudo bem! Parabéns! Porém, ele atribui a responsabilidade pelas mortes por Covid-19 ao governo federal, especialmente, por não ter decretado “lockdown” para as pessoas ficarem em casa. E vai além, indagando por que o Brasil é o atual cemitério da Covid-19.
Quer dizer, o Sr. Iamarino é capaz de acompanhar o que está ocorrendo no mundo, nessa terrível pandemia? Quer dizer que, no Brasil, 50 milhões de pessoas devem ficar em casa sem ter o que comer? Por que esse sujeito se declara doutor?
O caboclo pode dar a opinião que quiser, mas os dados ele não pode ignorar. Nos Estados Unidos, são 560 mil mortos em 340 milhões de habitantes. Na Alemanha + Reino Unido + França, são mais de 300 mil mortos em 230 milhões de habitanates. No México + Argentina + Colômbia, são cerca de 300 mil mortos em 220 milhões habitantes. Essa tragédia é similar à brasileira, com 300 mil mortos em 212 milhões de habitantes. O problema é oposição, coragem moral ou qualificação intelectual?
Quer dizer que USA, UK, Alemanha, França, México, Argentina, Colômbia são também cemitérios da COVID, cara pálida? Ou existe também pandemia da faculdade de pensar de uma parcela de pensadores (sic)?
Muitos leitores reagiram a meus comentários.
Por exemplo, o leitor Amer Moussa replicou que não se trata de números, mas de vidas humanas.
Já o leitor Marco Casanova insistiu em argumentar que não tem sentido comparar as consequências da pandemia do coronavírus no Brasil com os países que elegi.
Fiz um esforço para argumentar e justificar minha comparação e respectivas inferências.
Vamos lá. A mágica é simples. É fácil, qualquer um entende. Tomei os dados dos 4 países mais desenvolvidos do mundo e dos 3 emergentes hispano-americanos mais importantes da América Latina. Viu como é simples?
Evidentemente, as réplicas a meu comentário explicam o resultado da eleição de 2018 e garantem o resultado de 2022. Dói, mas depois passa! As próximas gerações merecem um País melhor do que o atual, com corruptos na cadeia e incompetentes fora do poder. Isso só depende dos cidadãos e não dos representantes.
Sr. Amer Moussa, parodiando o poeta John Donne (que no século XVII indagou por quem os sinos dobravam): cada vez que uma vida nos deixa, um pouco de cada um de nós segue junto; cada vez que milhões de vidas se vão, um pouco de cada um segue junto milhões de vezes.
Como transmitir isso para o SarsCov2 ou para as mentes insanas que desprezam os processos democráticos e querem o ex-presidiário de volta ou querem os corruptos contumazes do Ceará ou de São Paulo?
Caro Sr. Marco Casanova, de sua parte, li argumentos; tudo bem. Mas nenhum americano, britânico, alemão, francês, mexicano, colombiano ou argentino (cidadãos dos 4 países mais desenvolvidos do mundo e dos 3 países emergentes hispano-americanos mais relevantes) chamam seus chefes de governo de genocida por razões políticas e por exercerem a oposição em seus respectivos países.
O Monkey e o Donkey perguntam: por que esses humanos são tão incoerentes? Será efeito de nosso DNA?
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[Comentários divulgados na Folha de São Paulo online de 6/Abr/2021]
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