A história é construída por erros e acertos
de vontades e profecias.
J1. O Sr. acha que o presidente eleito, Sr. Lula da Silva, deve assumir a Presidência da República?
M1. Em minha visão, não deve assumir. Trata-se de um cidadão que foi julgado, condenado e preso sob a acusação de corrupção e outros delitos; e foi libertado de forma controversa e incompreensível. Falta-lhe estatura para o ocupar o mais elevado cargo de gestão de um país como o Brasil.
J2. O Sr. acha que há provas para a acusação pela qual ele foi condenado?
M2. Eu não seria irresponsável de fazer uma acusação dessa ordem. Em realidade, há vídeos de conhecimento público em que pelo menos cinco ministros do Supremo Tribunal Federal caracterizaram o período em que próceres do PT foram presidentes da República – aí incluídos dois mandatos do Sr. Lula – como aquele em que houve a maior crise de corrupção e roubalheira da história do Brasil. É bem verdade que, na atualidade, essas autoridades judiciárias dão apoio àqueles que foram acusados, julgados e condenados por corrupção, o que leva à dúvida e à falta de crédito de alguns integrantes da Suprema Corte. Então, por ausência de confiabilidade, deixemos de lado esses indícios e consideremos as milhares de páginas dos processos que tramitaram pela justiça. Trata-se de um repositório inexcedível de provas que, nos casos mais relevantes, foram acolhidas e aprovadas em mais de uma instância do Poder Judiciário e resultaram em condenações de poderosos dos campos político e empresarial, o que jamais ocorrera em nosso País. Ademais, os montantes de recursos financeiros recuperados pela Justiça ou voluntariamente devolvidos para o setor público são evidências inquestionáveis da roubalheira perpetrada pelos integrantes da facção petista. A rigor, as provas estão disponíveis para qualquer cidadão comprometido com a decência e com a verdade.
J3. O rigor de sua análise não o coloca no lamentável universo dos cidadãos radicais?
M3. Eu morei dois anos no Oriente Médio. Por conseguinte, interessei-me por eventos históricos que, de passagem, ouvimos no ensino fundamental. Assim, ampliei um pouquinho o conhecimento sobre assírios, sumérios, babilônios, egípcios, persas, macedônios e gregos; e também sobre os romanos, que fizeram a ponte entre a Antiguidade e o mundo Contemporâneo. Dessa forma, estímulos houve para uma melhor observação de países da atualidade, com ênfase para a França, Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos. Dessas oportunas observações da evolução do mundo, constata-se que não há na história um único caso de personagem condenado por corrupção e roubalheira que é retirado do cárcere para assumir o cargo de mandatário do respectivo País. Nesse sentido, é imperiosa, de parte dos cidadãos, uma atitude de equilíbrio e ponderação tão radicais quanto necessárias.
J4. O Sr. não estaria ignorando o caso do Nelson Mandela?
M4. O Mandela permaneceu na prisão na África do Sul durante 27 anos, pelo posicionamento político-ideológico contrário ao governo sul-africano e, especialmente, por exercitar a liberdade de opinião contra o apartheid. Não há conhecimento de que ele tenha sido condenado pela prática de corrupção e roubalheira.
J5. É razoável fazer acusações ao Supremo Tribunal Federal, um dos pilares do sistema democrático, tanto brasileiro quanto de qualquer outro País?
M5. Eu jamais questionaria a relevância do Poder Judiciário e de suas organizações. É preciso caracterizar a diferença entre instituição judiciária e uma parcela de seus integrantes. Nesse contexto, tomemos as Supremas Cortes dos Estados Unidos e do Reino Unido, o Tribunal Constitucional da França e a “Court de Cassation” que o complementa, e o Tribunal Constitucional da Alemanha e as quatro Cortes que o complementam; e observemos o perfil de seus respectivos integrantes. Preliminarmente, deve ser ressaltado que à exceção do Tribunal Constitucional francês, todas as demais Cortes são preenchidas por juízes ou promotores de carreira consagrada no setor público. A mencionada exceção é preenchida por políticos de qualificação inexcedível. O aspecto essencial das Cortes desses países é que nenhum magistrado dentre os que as integram possui quaisquer dentre as seguintes mazelas:
§ reprovação em concurso para juiz;
§ atuação como advogado de integrante de organização criminosa;
§ atuação como advogado de meliante condenado por assassinatos em país democrático;
§ participação em empreendimento empresarial incompatível com a condição de magistrado;
§ casamento com advogada militante de escritório, cujas causas possam a vir ser julgadas pela Corte à qual o cônjuge pertence;
§ difamação de autoridades de seu país em eventos realizados no exterior;
§ adoção de procedimentos em desacordo com a Carta Magna;
§ deliberação em atividades cuja responsabilidade cabe aos Poderes Executivo ou Legislativo;
§ militância, na condição de promotor ou magistrado, em campanha política de candidato a qualquer cargo eletivo;
§ exposição em ambiente midiático, com declarações atinentes a causas sobre as quais só deveria haver menção em autos do processo; e
§ antecipação pública de decisão a ser prolatada em processos em curso.
J6. O Sr. está afirmando que ministros do Supremo Tribunal Federal brasileiro estão incluídos nesse rol de ações dissociadas da condição de magistrados com ilibada conduta e notável saber?
M6. Afirmo enfaticamente que vocês, jornalistas, noticiaram essas mazelas nos mais relevantes jornais do País. Basta-lhe consultá-los.
J7. Em relação à excessiva participação de militares no governo atual, o que o Sr. tem a dizer sobre isso?
M7. Cabe relembrar que durante a Segunda Guerra Mundial, na Itália, 461 militares, dentre mais de 25.000 combatentes da Força Expedicionária Brasileira, morreram combatendo o nazismo (que sacrificou mais de 6 milhões de cidadãos na Alemanha), contribuindo assim para varrer o autoritarismo nazista da face da Terra. Em 1935 e 1964, os militares brasileiros impediram a implantação do comunismo no Brasil – livrando pois o País de um regime que assassinou mais de 100 milhões de pessoas no mundo. É razoável asseverar que é preferível ter militares participando do governo, em lugar de corruptos, terroristas e outros tipos sórdidos que já estiveram construindo crises e distopia inaceitáveis em uma sociedade democrática.
J8. O Sr. acredita em uma intervenção militar no caso da assunção da Presidência pelo Sr. Lula?
M8. Eu acredito na imperiosa necessidade de uma intervenção cívico-militar para impedir que um condenado por corrupção e outros crimes volte a governar o País, depois de ter causado, como presidente, a maior crise moral e de corrupção na história da humanidade – tendo inclusive sido acusado, julgado, condenado e preso por decisão de um juiz da Justiça Federal, de Curitiba, homologada por três desembargadores do TRF-4, de Porto Alegre, e por cinco ministros do Superior Tribunal de Justiça, de Brasília; afora vários outros processos a que fora submetido por corrupção e outros crimes. Entretanto, creio que a intervenção cívico-militar é pouco provável. A formação dos oficiais das Forças Armadas brasileiras evoluiu muito ao longo da história, a ponto de, neste último meio século, a oficialidade se encontrar no mesmo nível dos oficiais dos países democráticos desenvolvidos. Nesse sentido, a tendência prevalente é termos uma contenção natural dos impulsos desejáveis e necessários, para resolver o grave problema da atual conjuntura do País. Então, pode-se asseverar que Forças Armadas de Primeiro Mundo em um país de Enésimo Mundo não conjumina – e isso é um lamento. Em síntese, a intervenção cívico-militar é pouco provável, a menos que a maioria do povo brasileiro a reclame de forma a se ultrapassar a fronteira requerida de não retorno; e aí surja alguém com a disposição e coragem do General Olympio Mourão Filho, que em 1964 deu partida ao processo que impediu a repetição no Brasil do que ocorrera em outros malfadados países que se submeteram ao desastre do socialismo (seja ele socialismo real ou nacional-socialismo).
J9. Supondo que o Sr. Lula assuma a presidência em 1º. de janeiro de 2023, o que o Sr. prevê que acontecerá no Brasil?
M9. É muito simples. Ocorreria – ocorreria, enfatizo – o que o Sr. Lula já praticou no passado, planejou recentemente com seu séquito de notórios corruptos e prometeu na campanha política de 2022, isto é:
§ formação de uma equipe de governo constituída também por acusados de corrupção, julgados e condenados pela Justiça e libertados por magistrados descompromissados com a noção de ilibada conduta;
§ adoção de políticas potencializadoras e causadoras de prejuízos no âmbito das empresas estatais;
§ fortalecimento de processos de socialização nos meios culturais e universitários;
§ adoção (ou tentativa de adoção) de medidas restritivas à liberdade dos cidadãos e, especialmente, à liberdade de expressão;
§ apoio às organizações de mídia comprometidas com ideologias fracassadas e indutoras da quebra dos valores e crenças que são a base da virtude de qualquer sociedade ao longo da história;
§ associação com as ditaduras fomentadas pelo Foro de São Paulo e voltadas para a implantação na América Latina de regimes fracassados em todos as regiões onde vicejaram;
§ fomento de empresas financeiras e de infraestrutura brasileiras, patrocinadoras da corrupção no Brasil e nos países latino-americanos e africanos; e
§ transmissão para a juventude de noções hediondas tais como: o crime compensa, a impunidade prevalece, os valores nacionais são irrelevantes, o trabalho não é virtude, a família não é a base da sociedade, a droga deve ser descriminalizada e outras que tanto lhes agrada e satisfaz.
Por óbvio, a resposta a essa pergunta é mero vaticínio sobre o que se configura como improvável, cujo objetivo é apontar a impossibilidade de aceitação de um condenado e preso por corrupção na Presidência da República do Brasil.
J10. Qual deverá ser a consequência da publicação desta entrevista? O Sr. não sente medo de fazer tantas acusações?
M10. Eu não fiz acusações. O que eu declarei é de conhecimento público por estar contido em processos judiciais, por ter sido amplamente divulgado pela imprensa e em livros. De qualquer sorte, eu diria que tremo de medo. Entretanto, o medo é a forma que o ser humano desenvolveu para fazer face aos perigos representados pelos predadores, especialmente, os sórdidos; bem como fazer face a circunstâncias complexas, desafiadoras e que representem ameaça de qualquer ordem. Então, enfrento a reprodução de fatos históricos com medo e com a arma da defesa intransigente da liberdade, da verdade e da ética. Quanto à publicação desta entrevista, acho-a pouco provável. Os órgãos de mídia, inclusive o que você representa, não admitem divulgar opiniões que divirjam daquelas associadas com seus interesses, não importando quão distópicos estes sejam e quão verdadeiras sejam aquelas.
J11. No caso da intervenção cívico-militar que o Sr. mencionou, quem poderá ter a iniciativa e a coragem para agir?
M11. Essa resposta vale um milhão de reais. Avise-me quando essa quantia estiver disponível. E não esqueça que a história é construída por erros e acertos de vontades e profecias.
ARS
Brasília, 25/11/2022
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