quarta-feira, 10 de março de 2021

Candidatura do ex-presidiário Lula

Em face da desastrosa, incompreensível e nefasta decisão do Supremo Tribunal Federal, o ex-presidente Lula recuperou seus direitos políticos e está apto a disputar a eleição presidencial de 2022.

 

Condenações do ex-presidente Lula

Para não cair no esquecimento, deve ser relembrado que o ex-presidente Lula foi condenado por corrupção relativa ao tríplex do Guarujá, em três instâncias — 13ª Vara da Justiça Federal, em Curitiba; 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre; e 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. E foi condenado também por corrupção relativa ao sítio de Atibaia, em duas instâncias — 13ª Vara da Justiça Federal, em Curitiba; e 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre.

Pelas condenações, Lula ficou preso na sede da Superintendência Regional da Polícia Federal em Curitiba de 07/04/2018 a 08/11/2019.

A recuperação dos direitos políticos resulta da decisão do ministro Fachin de declarar a incompetência da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba para julgar os processos de corrupção do tríplex do Guarujá e do sítio de Atibaia.

Deve ser notado que as condenações foram anuladas, mas o ex-presidiário não foi absolvido dos crimes; afinal, ele os cometeu e então, enfatize-se, continua criminoso.

 

Então, na democracia brasileira, o responsável pela maior crise moral, social, econômica e política do País — condenado em três instâncias da Justiça —, lastreada no maior escândalo de corrupção da história da humanidade, torna-se eventual candidato e impõe a ameaça de vitória e de alçar à condição de mandatário da República.

Em discurso para sua base sindicalista, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, o ex-honesto, ex-corrupto, ex-condenado e ex-presidiário formulou críticas à Justiça — que o condenou por corrupção em três instâncias — e ao governo federal e teceu loas a seu malfadado governo bem como às esquerdas brasileiras.

 

O cabra declarou que foi vítima da maior mentira jurídica dos últimos 500 anos. Tem total razão: está se referindo ao estapafúrdio cancelamento de suas condenações. Ele próprio reconhecer o absurdo confere inequívoca credibilidade a quem pensa que a justiça brasileira mergulhou no precipício do nonsense, da falta de lógica e da incontinência neuronal (impossibilidade de conter o vazamento da indigência do pensamento).

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[Divulgado no Estadão online de 10/Mar/2021]

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