Ontem, a TV Band e outros órgãos da imprensa apresentaram o primeiro debate entre os candidatos que concorrerão nas eleições presidenciais de outubro do corrente ano.
Algumas constatações merecem destaque. Elas são apresentadas a seguir.
Bolsonaro escolheu Lula para sua pergunta inicial e tratou do tema corrupção nos governos petistas passados. Lula não ofereceu respostas convincentes para as questões em tela.
Os candidatos nanicos — Ciro Gomes, Luiz Felipe d’Ávila, Simone Tebet e Soraya Thronicke — lançaram suas farpas, às vezes, até grosseiras ou eivadas de falsidade, contra o presidente Bolsonaro e o ex-presidente Lula, que são os dois primeiros colocados nas pesquisas de opinião.
Pelo menos três jornalistas que fizeram militância contra o governo Bolsonaro nesses três anos (Vera Magalhães, Mônica Bergamo e Thaís Oyama) fizeram perguntas que correspondiam a questionamento de oposição e não de inquiridores isentos, conforme esperado.
Em especial, a jornalista Vera Magalhães escolheu o candidato Ciro Gomes para sua indagação, com comentário correlato do presidente Bolsonaro. Ocorre que a pergunta continha uma sequência de ataques ao governo Bolsonaro. Ao comentar o assunto, Bolsonaro foi contundente e declarou que a jornalista envergonhava sua classe. Vale comentar que os bolsonaristas concordaram plenamente com o teor da resposta. Já os opositores mencionaram que o presidente errou em reagir à provocação.
O tema voltado para a mulher teve alguma predominância na segunda metade do debate, porém não há grande influência no prosseguimento da campanha porque as duas candidatas, ambas sul-mato-grossenses, até agora, estão fora das possibilidades de concorrência nesse pleito, uma vez que a polarização entre Bolsonaro e Lula é prevalente.
O presidente Bolsonaro foi bem no debate, a despeito de os opositores acharem que ele foi mal. O ex-presidiário Lula sofreu impacto das acusações de corrupção, um tema em que ele é poupado no dia a dia de sua campanha presidencial. Os demais tentaram atingir o objetivo de se tornarem conhecidos em âmbito nacional e é provável que atingiram êxito ao menos parcial.
A propósito, como a corrupção foi destacada por alguns candidatos — seja no sentido de responsabilização de oponente, seja como defesa da acusação — convém estabelecer as semelhanças entre corrupto e psicopata:
(i) desinibição: ambos não têm percepção das consequências de suas ações — eles não se importam com os efeitos danosos do roubo de recursos públicos;
(ii) intrepidez: ambos possuem uma autoconfiança exagerada e enorme habilidade de manipulação e convencimento de outras pessoas — eles propalam sua inocência mesmo diante da condenação em várias instâncias;
(iii) insensibilidade: ambos evidenciam deficiência na capacidade de sentir emoções e sentimentos reais por outros indivíduos — isto é, eles ignoram os prejuízos da corrupção para crianças e idosos.
Inferência óbvia: não adianta solicitar plano de governo para político inequivocamente corrupto. Ademais, seus admiradores e apoiadores já foram manipulados e convencidos por sua insuperável intrepidez e, por isso, eles não precisam de plano de governo.
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[Divulgado no Facebook da Folha de São Paulo em 29/Ago/2022] |
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[Divulgado no Estadão online de 29/Ago/2022] |
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