A ruptura resultante da eleição do presidente Jair Bolsonaro em 2018 tem deixado os partidos em polvorosa. Desalojar o presidente do Palácio do Planalto é objetivo primacial e tem levado a possibilidades esdrúxulas como a associação de oponentes tradicionais como o ex-governador Alckmin e o ex-presidente Lula. Na expectativa de Alckmin se desfiliar do PSDB, o PSB utilizou o argumento de que uma chapa capitaneada por Lula, com Alckmin como candidato a vice, trairia grandes possibilidades de triunfo ainda no primeiro turno do próximo pleito presidencial.
Diante da assertiva do PSB, Alckmin ficou surpreso e reagiu dizendo que a vitória no 1º turno com os 4% de votos que ele teve na última eleição presidencial, só é possível nas penitenciárias, no rol daqueles que foram condenados por corrupção e na amostra dos empresários que tiveram que devolver vários bilhões que foram retirados dos cofres públicos. Enfim, há uma disputa para identificar quem formula um roteiro de ficção mais nonsense para confrontar a realidade de 2022.
Ademais, o Alckmin ficou pensando, refletindo e inferiu que, com seus 4% de votos na última eleição presidencial, é mais conveniente fazer como o socialista Sartre em “Entre Quatro Paredes” (“Huis Clos”), e colocar essa turma lá em cima (onde os olhos não se fecham e o calor jamais se reduz), debatendo seus vícios, e comprovando que os outros são o inferno de cada um (“l’infer c’est les autres”).
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[Divulgado na Folha de São Paulo online de 2/Dez/2021]
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