Há uma indiscutível distopia nas tratativas para os possíveis candidatos à presidência da República na eleição de 2022.
É assustador constatar que os formadores de opinião atropelam as fronteiras do bom senso, ao situar o ex-honesto, ex-corrupto, ex-condenado e ex-presidiário Lula — que não consegue andar nas ruas, ir a um restaurante ou se deslocar nos corredores de aeroporto, sem ser escorraçado — como um dos candidatos com supostas chances de vitória.
Não pode ser ignorado que o poder judiciário tem declarada a nulidade de processos (por falhas relativas a tecnalidades jurídicas) e colocado em liberdade, indiscutíveis e inexcedíveis corruptos e, por essa razão, inequívocos integrantes de facções criminosas.
Destarte, é necessário devolver os bilhões que a Justiça recolheu das construtoras, a centena de milhão que tiraram de ex-diretor da Petrobrás e os 50 milhões que pegaram em um apartamento honesto na Bahia. É necessária a autorização judicial para a mudança para o triplex, com finais de semana no sítio de Atibaia.
Se ainda não soltaram, é preciso declarar a inocência e soltar um ex-presidente da Câmara e um ex-governador do Rio. Tudo, sob o beneplácito do ex-presidente Lula, que teve seu partido no poder, sob sua batuta ou a da Sra. Dilma, sua protegida, de 2003 a 2016.
O que fazer para garantir a liberdade de ação das pessoas de conduta ilibada?
Convém propor a santificação dos ex-corruptos e ex-condenados bem como o Prêmio Nobel da Paz para os magistrados que tomaram a decisão de fazer Justiça.
Um Estado se completa com cidadãos, intelectuais e estadistas. Temos essas espécies?
Na dúvida, pelo menos, temos pré-candidatos a santos e, também, pré-candidatos a pacificadores. E as próximas gerações terão o que?
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[Divulgado na Folha de São Paulo online de 7/12/2021]
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