O Estadão publicou o artigo “Ex-presidentes consultam generais sobre risco de golpe no País”, por intermédio do que se constata que Temer, FHC, Saney, Lula e Collor enviaram emissários para dialogar com militares da ativa e da reserva.
Independentemente de quais sejam as opiniões das altas patentes militares, o que importa é que a simples existência desse tipo de iniciativa desqualifica o País e a herança deixada pelos ex-presidentes; desqualifica o já desmoralizado conjunto de políticos componentes do fundamental poder Legislativo e o desprezível universo de integrantes do relevante poder Judiciário; e, sobretudo, desqualifica a democracia brasileira.
Senão vejamos as motivações históricas que têm condicionado a evolução política brasileira. Nesse sentido, que questionamentos deveriam ser apresentados aos ex-presidentes?
Os ex-presidentes deveriam ser consultados sobre os seguintes riscos: a retroação do Brasil para o IDH que os ex-governadores deixaram como herança no Maranhão; o prosseguimento da eleição em Alagoas de político que foi escorraçado do poder federal em Brasília; o retorno do presidencialismo de coalisão que, à custa de milionárias benesses, aprovaram no Parlamento a reeleição presidencial; e a oferta, por São Paulo para os brasileiros, de um vice-presidente que transitou às margens do lodaçal da corrupção.
E, por último, mas igualmente traumático e catastrófico, os ex-presidentes deveriam ser consultados sobre o risco de retorno do Brasil à maior crise moral, social e política causada pelo ex-honesto, ex-corrupto, ex-condenado e ex-presidiário; bem como sobre as decisões dos magistrados de anular as condenações em detrimento de farta comprovação dos crimes cometidos e da absoluta impossibilidade de se inferir pela inocência do acusado.
Enfim, os ex-presidentes deveriam ser consultados sobre os riscos de as próximas gerações continuarem sendo lideradas por caboclos com estatura tal que a vergonha seja o paradigma dos cidadãos brasileiros, pela indigência do que esses mandatários foram e são capazes de entregar.
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[Divulgado no Estadão online de 22/Ago/2021]
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