sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Urna eletrônica auditável - VI

No bojo da candente polêmica sobre o processo eleitoral brasileiro com urna eletrônica, o jornal Folha de São Paulo noticiou que técnicos da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais participaram de testes com as mencionadas urnas, defenderam a sistemática de adoção do voto auditável, mas declararam que não há “qualquer evidência de fraudes em eleições brasileiras”.

A politização de uma questão inequivocamente técnica não contribui para a evolução da democracia.

A questão essencial é o cumprimento de norma constitucional que afiança ser o processo de apuração, público e, portanto, não condizente com a sistemática atual em que o processo ocorre no interior das urnas eletrônicas e dos respectivos sistemas computacionais, sujeitos a alteração fora da observação e verificação humanas.

Em face de meu primeiro comentário postado no jornal, uma sequência grande de réplicas e tréplicas se seguiu. Reproduzo-as parcialmente.

 

Os corruptocratas continuam de forma recorrente declarando que as urnas utilizadas somente no Brasil, Bangladesh e Butão são eficazes, seguras e invioláveis. 

É uma consequência da pandemia da corrupção alicerçada pelo corruptovírus e seus desprezíveis espécimens, sob a liderança inexcedível do ex-honesto, ex-corrupto, ex-condenado e ex-presidiário e respectivos defensores, adeptos e apoiadores. 

Os demais países, mais de 40 ao todo, utilizam urnas mais modernas e auditáveis. Simples!

 

É desnecessário buscar dados de fraudes em urnas eletrônicas. Basta indagar se algum cidadão acredita em processo eleitoral que inclui as seguintes características: só é adotado em 3 países do mundo; é preconizado pelos oposicionistas que disputam o poder; é defendido por políticos corruptos; é defendido por magistrados, cujo perfil similar não existe em nenhuma Suprema Corte de países democráticos no mundo; e por último e primacialmente relevante, é desejado pela mixórdia de canalhas, corruptos e demais criminosos de todo jaez.

 

Alguns leitores, inclusive a leitora Sofia Mello Grivet, rebateram meus argumentos com assertivas contidas nos argumentos que postei. Embora com estranheza, repeti o que já tinha asseverado.

 

A senhora Sofia e os demais defensores dos corruptovírus não estão equivocados; pelo contrário, estão informados. Sabem, e eu afirmei em meu comentário — claro, sabem até ler — que urna eletrônica é utilizada em mais de 40 países, porém, é auditável. 

As exceções são os 3 ‘Bs’: Brasil, Bangladesh e Butão. Peritos confirmam; documentos do TSE também; testes com hackers, idem. Se estão bem informados, por que falseiam a verdade? É opção, vocação ou falha de caráter?

 

Um leitor argumentou que a urna eletrônica brasileira é moderna e insistiu na tese de que esse equipamento é inviolável.

 

Os defensores do ex-honesto, ex-cor.rupto, ex-condenado, ex-pre.sidiário e de Cabral, Cunha, Gedel, Dirceu, Foro de São Paulo e outras excrescências não se cansam. São pertinazes, incansáveis. Urna de 1996 é moderna? E o inquérito secreto do TSE (agora divulgado) mostrando violabilidade? E os resultados da ação de peritos violando as urnas? Convenhamos, se ensinar a um asinino, ele vai aprender. Os “donkeys” e os “monkeys” aprendem. Esses humanos, convenhamos! Vai doer mais ainda! Aguardem!

 

Na tentativa de defender o indefensável, a senhora SMG — ela mais uma vez — acusou-me de faltar à verdade e também de ser despreparado. É a velha abordagem de diminuir a figura do oponente em contraposição à argumentação lógica e racional.

 

Senhora SMG, os brasileiros suportaram de 1994 a 2018, isto é, mais de 2 décadas. Então, tenha calma, tome chá de camomila, leia ou releia Apologia de Sócrates, leia a carta do irmão de Cícero orientando-o para se tornar cônsul (ou algo parecido), leia o que escreveram Hobbes e Locke. Sim, sim, eu sei, a senhora se identifica com o pensamento de Hobbes; tudo bem! Mas, tenha calma, se não tiver, a senhora não suportará. Compreendo o quão difícil é a descontaminação do corruptovírus.

 

Senhora SMG, para que a senhora continue bem informada, a urna eletrônica que automatizou 100% das eleições, no Brasil, foi desenvolvida, por uma empresa brasileira, a OMNITECH Serviços em Tecnologia e Marketing, entre 1995 e 1996, e aperfeiçoada, em 1997, para o modelo que se tornou o padrão brasileiro, até hoje.

 

Platão, Cícero, Hobbes, Locke trataram de vida, política e gestão, Mais que filósofos, eram sábios. Mais que sábios, são os pais da civilização ocidental, que uma sequência de indivíduos doentes querem solapar e destruir. Sobre isso podemos debater e lhe garanto que não lhe dirijo ofensas, agressões.

 

Minha frase favorita, repetida em uma dezena de garranchos a que sou ligado: a meta fundamental do ser humano é a busca da paz e da harmonia, que só é possível por intermédio da democracia. Esta por seu turno se alicerça na liberdade, na verdade, na coragem e na ética. Insisto, podemos debater. Aguento ofensas e agressões.

 

Comecemos pelo STF. Em que país democrático há vários tipos de magistrados: reprovado em prova para juiz; defensor da inocência de criminoso condenado pela justiça de país democrático; defensor de organização criminosa; libertador de corruptos e traficante de drogas; chamado de juiz de m... por jurista; responsável por negócios mal explicados; e outras coisas lamentáveis? Pois bem, essa turma está tomando decisões nefastas com impacto nas próximas gerações, aí incluído o problema das urnas eletrônicas. E cidadãos acompanham essa súcia.

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[Comentários divulgados na Folha de São Paulo online de 5 e 6/Ago/2021]

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