No bojo da renúncia à sua vocação primacial — o acolhimento de escritores notáveis — a Academia Brasileira de Letras (ABL) acolheu o cantor Gilberto Gil, a atriz Fernanda Montenegro e, por último, o médico Paulo Niemeyer Filho, todos, figuras exponenciais e respeitadas de suas respectivas atividades, porém, escritores apenas pela condição eventual de exercício intelectual.
Conquanto terrível, não será desatino se chegar a vez de um ex-honesto, ex-corrupto, ex-condenado e ex-presidiário na ABL. Afinal, os caboclos agora querem que as letras sejam irrelevantes: a academia deve estar voltada para “cultura”. Como a “cultura” da corrupção tem sido muito exaltada, nada mais justo que o emblemático representante dessa “cultura” seja laureado. Sem ofensa nem agressão.
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[Divulgado na Folha de São Paulo online de 18/Nov/2021]
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