Hoje, 2 de setembro de 2021, o Brasil atingiu a incrível marca de 54 medalhas conquistadas nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2000, sendo 19 de ouro, 13 de prata e 22 de bronze.
Por oportuno, é imperioso que recordemos um pioneiro nos esportes praticados por pessoas com deficiências. Trata-se de um companheiro da Turma Marechal Mascarenhas de Moraes, da AMAN, de 1972 — o Celso. Lamentavelmente, no segundo ano da Academia, ele ficou paraplégico em um acidente de ônibus quando retornava do Rio de Janeiro para Resende.
O ser humano brincalhão, generoso e amigo não desanimou da arte de viver e buscou nos esportes uma forma de compensar as dificuldades de deslocamento, resultantes da utilização da cadeira de rodas. Ademais, elegeu a garra, pertinácia e inquebrantável vontade, sua virtude fundamental.
Nesse contexto, ele prestou vestibular para uma universidade carioca, porém teve a matrícula negada, pois na década de 1970, o paraplégico era impedido de ingressar no curso de Educação Física. O Celso buscou na Justiça a possibilidade de fazer o curso escolhido. Venceu a causa e essa grande vitória permitiu-lhe a graduação na improvável especialidade de sua vocação.
Ele competiu em nível internacional e obteve vitórias no âmbito de um número reduzido de atletas que, naquela época, ousavam desafiar os costumes e, especialmente, suas próprias limitações.
Quis o destino que o Celso tivesse contato com o presidente da República, General João Figueiredo. Tomado de generosidade, o presidente ofereceu ao Celso emprego em uma das novas empresas estatais, o que lhe garantiria o sustento seguro e estável até o final da vida. De forma respeitosa e polida, o Celso declinou da oferta, porém, solicitou ao mandatário da Nação apoio para os esportes praticados pelos jovens com deficiência. Um primeiro passo foi dado com a finalidade de motivar o governo federal a apoiar essas modalidades esportivas.
Esses dados, eu os relato com um certo grau de irresponsabilidade, dado que não disponho de documentos nem de fontes confiáveis para certificá-los e transmiti-los com precisão, porém, com a imprescindível responsabilidade que os contemporâneos do Celso devem se atribuir: fazer justiça à atitude de um bravo, que seguramente contribuiu, em maior ou menor escala, para que hoje o Brasil seja uma potência paralímpica e tenha destaque em meio a países com maiores condições econômicas e de desenvolvimento.
Homenageando o amigo, irmão de armas, Celso, da Turma Marechal Mascarenhas de Moraes, eu homenageio também os demais paratletas, aí incluídos os que estão honrando as cores e a gente brasileiras nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020.
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