O que está em questão é a eleição presidencial de 2022 e os possíveis candidatos a concorrerem. Tudo indica que os dois mais fortes concorrentes são o presidente Bolsonaro e o ex-presidente Lula. Uma cogitada terceira via, com chance de competir, tem se mostrado inviável.
Este texto apresenta questionamentos sobre a possibilidade de um cidadão destituído de qualificação e de ilibada conduta — por ser caracterizado como ex-honesto, ex-corrupto, ex-condenado e ex-presidiário — candidatar-se e ser eleito presidente de um dos maiores países do mundo.
Como reagiriam os grandes sábios da humanidade diante de tal desatino. As possíveis reações são apresentadas a seguir.
- Sócrates: “Agora, só sei que a indigência prevalece!”
- Platão e Aristóteles: “Mestre! O senhor não fomentou nossa faculdade de pensar!”
- Sun Tsu e Maquiavel: “Os fundamentos da política — essa nossa herança complexa — está sendo despejada no despenhadeiro!”
- Hobbes e Locke: “Divergimo-nos para lançar as bases do autoritarismo e do liberalismo, para nada!”
- Kant: “A autonomia intelectual requerida e desejada está sendo conspurcada e maculada!”
- Dante, Jung e Freud: “Precisamos reinventar o inferno fictício e o inferno da mente das pessoas!”
- Rio Branco: “Convenci os vizinhos sobre a grandiosidade do Brasil e os cabras estão apequenando-o!”
- Caxias: “Contribuí para evitar a divisão do País e os caboclos estão fracionando corações e mentes dos cidadãos!”
- Rui Barbosa: “Pior que a ditadura da toga, somente a ditadura da corrupção e da ignorância!”
É curioso: sábios há que — em face da visão de seus congêneres — poderão surtar e agredir.
Uma questão primacial: como será o Brasil de janeiro/2027 e de janeiro/2031? Depende de janeiro/2023.
Eis a responsabilidade dos cidadãos.
Tão óbvio, que não deveria ser mencionado.
Tão relevante, que deveria ser bem planejado.
Managerial, morals and ethics stature of Presidential candidate
What is at stake are the 2022 presidential elections in Brazil and the potential candidates to run. Everything indicates that the two strongest competitors are President Bolsonaro and former President Lula. A third way considered, with a chance to compete, proved to be unfeasible.
This text presents questions about the possibility of a citizen deprived of qualifications and deprived of impeccable conduct — for being characterized as ex-honest, ex-corrupt, ex-convict and ex-convict — to run for and be elected president of one of the largest countries in the world.
How would the great sages of humanity react in the face of such folly. Possible reactions are presented below.
- Socrates: “Now all I know is that indigence prevails!”
- Plato and Aristotle: “Master! You have not fostered our faculty of thinking!”
- Sun Tsu and Machiavelli: “The foundations of politics—this complex heritage of ours—is pouring down in the cliff!”
- Hobbes and Locke: “We diverge to lay the foundations of authoritarianism and liberalism, for nothing!”
- Kant: “The required and desired intellectual autonomy is being defiled and tarnished!”
- Dante, Jung and Freud: “We need to reinvent fictional hell and the hell of people's minds!”
- Rio Branco: “I convinced the neighbors about the greatness of Brazil and the guys are making it small!”
- Caxias: “I contributed to avoid the division of the country and people are fracturing the hearts and minds of citizens!”
- Rui Barbosa: “Worse than the dictatorship of the judiciary, only the dictatorship of corruption and ignorance!”
It's curious: there are wise adePTs who — in the face of the vision of their peers — can freak out and attack.
A primal question: what will Brazil be like in January/2027 and January/2031? Depends on January/2023.
This is the responsibility of citizens.
So obvious, it shouldn't be mentioned.
So relevant, it should be well planned.
Stature managériale, morale et éthique du candidat à la présidentielle
Ce qui est en jeu, ce sont les élections présidentielles de 2022 au Brésil et les candidats potentiels à se présenter. Tout indique que les deux concurrents les plus forts sont le président Bolsonaro et l'ancien président Lula. Une troisième voie envisagée, avec une chance de concourir, s'est avérée irréalisable.
Ce texte pose des questions sur la possibilité pour un citoyen dépourvu de qualifications et d'une conduite irréprochable - pour être qualifié d'ex-honnête, ex-corrompu, ex-procès et ex-détenu - de se présenter et d'être élu président d'un des plus grands pays dans le monde. .
Comment réagiraient les grands sages de l'humanité face à une telle absurdité. Les réactions possibles sont présentées ci-dessous.
- Socrate : « Maintenant, tout ce que je sais, c'est que l'indigence prévaut ! »
- Platon et Aristote : « Maître ! Vous n'avez pas développé notre faculté de penser ! »
- Sun Tsu et Machiavel : « Les fondements de la politique - ce patrimoine complexe qui est le nôtre - sont en train de tomber de la falaise ! »
- Hobbes et Locke : « Nous avons divergé pour jeter les bases de l'autoritarisme et du libéralisme, pour rien ! »
- Kant : « L'autonomie intellectuelle nécessaire et souhaitée est corrompue et ternie ! »
- Dante, Jung et Freud : « Il faut réinventer l'enfer fictif et l'enfer des esprits ! »
- Rio Branco : « J'ai convaincu les voisins de la grandeur du Brésil et les gars deviennent plus petits ! »
- Caxias : « J'ai contribué à éviter la division du pays et les gens brisent le cœur et l'esprit des citoyens ! »
- Rui Barbosa : « Pire que la dictature du pouvoir judiciaire, seulement la dictature de la corruption et de l'ignorance ! »
C'est curieux : il y a des partisans avisés des disqualifiés qui – face aux yeux de leurs pairs – peuvent paniquer et attaquer.
Une première question : à quoi ressemblera le Brésil en janvier/2027 et janvier/2031 ? Dépend de janvier/2023.
C'est la responsabilité des citoyens.
Tellement évident qu'il ne faut pas en parler.
Si pertinent, il doit être bien planifié.
Nota 1.
Extrato do texto “Estatura gerencial, moral e ética de candidato a PR” foi divulgado nas versões online do Estadão e Folha de São Paulo; e no Facebook do Le Monde (em francês) e do Correio Braziliense. Cópia em inglês foi postada no New York Times.
Nota 2.
O texto com o título “Lula e os petistas”, apresentado a seguir, contém as declarações do próprio Lula, de asseclas, de políticos, de magistrados e de empresários, sobre os crimes praticados pelo ex-presidente e que lhe deram a condição de ex-honesto, ex-corrupto, ex-condenado e ex-presidiário.
Lula e os petistas
Por ele mesmo, por asseclas, por políticos, por magistrados e por empresários
Luís Lula da Silva:
“Eu tava preso e dizia pras pessoas que iam me visitar: eu tô aqui mas tô comendo, eu tô almoçando, eu tô jantando; e lá fora tem milhões de pessoas que não cometeram nenhum crime como eu ...”
Fonte: “Lula Réu confesso??? | ‘Eu tava preso, e dizia pras pessoas, que iam me visitar, eu tô ...’ ”, de 17/08/2021 — https://www.facebook.com/watch/?v=1231693087270696 – Consulta em 21/01/2021, às 13:50 h.
Antonio Palocci:
“O presidente Lula começou só olhando campanha, já no fim do seu primeiro mandato, muita coisa pessoal, tinha sido pedida pra ele, ... dinheiro, eu pessoalmente levei pra ele. No fim do seu segundo mandato, aí ele preparou sua aposentadoria; recebeu 300 milhões da Odebrecht numa conta corrente ... com disponibilidade, recebeu seu sítio, que foi feito, combinado para seu uso; o apartamento ... . [...] Eu disse para o presidente Lula que roubar ali {no Banco Central} era um perigo, desestabilizava a moeda brasileira [...] e ele acabou concordando. Fora isso, todos os órgãos, o Correio, os órgãos do setor elétrico, os bancos estatais, todos foram ocupados mais ou menos nesse modelo, de distribuição de cargos para financiar os partidos políticos da base do governo; algumas situações financiaram a oposição. [...] O empresariado criava um tema de grande porte, normalmente tributário, para que ele possa na negociação desse tema, trabalhar o financiamento das campanhas dos políticos com dinheiro público. Então, você vai no Congresso busca um benefício de um bilhão e doa 100 milhões; é uma forma de fazer com que a campanha futura seja paga com recursos públicos. [...] Era uma tomada de recursos do Tesouro de maneira quase escandalosa. {Lula vetou o projeto. Um novo projeto foi aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Lula} Resultou em propinas importantes; por exemplo, a empresa Odebrecht combinou com o Guido Mantega, que me informou na época, de pagar 50 milhões de reais, por conta dessa operação; a Companhia Siderúrgica Nacional combinou e pagou 14 milhões de reais por essa operação.”
Fonte: “Palocci corrupção no governo Lula” — Vídeo do Youtube — https://youtu.be/ejd4DKVMx4k?t=236 — Consulta em 22/10/2022, às 11:00 h.
Antonio Cláudio Mariz de Oliveira (advogado; em jantar do grupo Prerrogativas, em homenagem a Lula):
“O crime já aconteceu. O que adianta punir? Que se puna! Mas que não se ache que a punição irá combater a corrupção, presidente. E voltando a nós dois; receba deste advogado, velho advogado, um compromisso — e eu creio que não estarei sendo ousado, é um compromisso da advocacia brasileira (sic):
— Nós estaremos a seu lado, procurando recolocá-lo na presidência da República ...”
Fonte: “Jantar do Prerrogativas é marcado por homenagens a Lula”, De Mãos Dadas/JP News, 11/01/2022 — https://youtu.be/xapQEYfCEB4 – Consulta em 22/01/2022, às 09:15 h.
Geraldo Alckmin:
“Eu acho que o Lula é o PT. O Lula é o retrato do PT, partido envolvido em corrupção, sem compromisso com as questões de natureza ética, sem limites. É muito triste o que nós estamos vendo; e o que a sociedade espera é que seja apurado com absoluto rigor e se faça justiça. Olha eu acho que o Brasil sempre teve lamentavelmente uma impunidade com o chamado crime do colarinho branco. Impunidade! Era difícil você ter punição efetiva. Até porque eu acho que o País está dando um salto importante!”
Fonte: “ ‘Lula é o retrato do PT, partido envolvido em corrupção’, diz Alckmin” – Portal G1, São Paulo, 30/01/2016 — https://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/01/lula-e-o-retrato-do-pt-partido-envolvido-em-corrupcao-diz-alckmin.html – Consulta em 21/01/2022, às 14:00 h.
Ciro Gomes:
“Lula corruptor — é da história moderna. ... Lula é um grande corruptor. É o maior corruptor da história moderna brasileira. .... Lula apodrece onde ele bota a mão. ... Se você me perguntar se ele é corrupto, eu acho que ele é corrupto, eu sei que ele é corrupto. Apenas quero indicar que além de ser corrupto, ele é um grande corruptor. É só isso; uma coisa não contradiz a outra não.”
Fonte: #UOLEntrevista — “Ciro Gomes: ‘Lula apodrece onde bota a mão; além de ser corrupto, é grande corruptor’ " — https://youtu.be/48ZYqNe2oPI. Consultado em 21/01/2022, 15:13 h.
Sergio Moro:
“O que prejudicou a Petrobras foi a roubalheira durante o governo do PT. Diretores que foram nomeados pelo ex-Presidente Lula, estavam lá roubando, dia após dia, a empresa, arrecadando dinheiro para eles e para políticos enriquecerem ilicitamente e também para financiar partidos políticos. Como o ex-presidente não tem como explicar todos esses crimes, Mensalão e Petrolão, ele fica ali inventando histórias. Até inventou uma teoria da conspiração, dizendo que foi os Estados Unidos que criou a Lava Jato. Isso é mentira. Quero ver ele falar isso para o presidente Biden, que era o vice-presidente do Obama na época dos fatos. A verdade é uma só: o governo do PT teve os maiores escândalos de corrupção da história. A Petrobras quase quebrou, mergulhou o País em uma recessão, com desemprego e fome. ... Não adianta ficar mentindo. Não é com mentiras que os crimes havidos durante o governo do PT vão ser esquecidos ou perdoados.”
Fonte: Tweet Sergio Moro / @SF_Moro — “Lula mente: A verdade sobre a Petrobras e a Lava Jato”. 4:33 PM / 15.12.2021 — https://twitter.com/SF_Moro/status/1471201880206364686 – Consulta em 21/01/2022, às 16:36 h.
João Dória:
“Ele [Lula] assaltou o dinheiro público. Ele sabe que falei isso e que sustento isso. Ele está respondendo ainda no STF os processos pelos quais está se defendendo. Ele pode ser candidato, mas não foi inocentado”.
Fonte: “Doria sobre Lula: ‘Assaltou o dinheiro público. Não foi inocentado’ ” — Portal EM-Estado de Minas – Política, 23/08/2021 — https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2021/08/23/interna_politica,1298734/doria-sobre-lula-assaltou-o-dinheiro-publico-nao-foi-inocentado.shtml – Consulta em 21/01/2021, às 17:00 h.
Gilmar Mendes:
— “A Lava-Jato estragou tudo. Evidente que a Lava-Jato não estava nos planos porque o plano era perfeito, mas não combinaram com os russos” — afirmou.
.....................
“Para ele [Gilmar Mendes], que foi derrotado na votação do STF pelo fim do financiamento privado de campanha, o PT é contra esse modelo porque, com as verbas desviadas da Petrobras, ‘tem dinheiro para disputar a eleição até 2038’ e ‘deixaria uns caraminguás para os demais partidos’ ”.
“— Era uma forma fácil de se eternizar no poder. Pelas contas do novo orçamento da Petrobras, R$ 6,8 bilhões foram destinados à propina. Se um terço disso foi para o partido, eles têm algo em torno de R$ 2 bilhões de reais em caixa. Era fácil disputar eleição com isso.”
“Para o magistrado, o esquema revelado pela Operação Lava-Jato mostrou que foi instalado no país uma “cleptocracia”, que significa um Estado governado por ladrões.” [Lula e outros integrantes da súcia petista].
“— Na verdade, o que se instalou no país nesses últimos anos e está sendo revelado na Lava-Jato é um modelo de governança corrupta, algo que merece um nome claro de cleptocracia. Veja o que fizeram com a Petrobras. Eles tinham se tornado donos da Petrobras. Infelizmente para eles, e felizmente para o Brasil, deu errado” — disse o ministro.”
Fonte: “Gilmar Mendes: PT instalou uma ‘cleptocracia’ no País” — O Globo, 19/09/2015 —https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/515712/noticia.html?sequence=1 – Consulta em 21/01/2022, às 17:06 h.
Joaquim Barbosa (na condição de relator da Ação Penal 470 [Mensalão]):
“A reforma da Previdência e a reforma Tributária foram os principais exemplos de votações no interesse do governo Federal na Câmara dos Deputados que teriam sofrido interferência desses pagamentos, embora não tenham sido os únicos atos de ofício cuja prática se pretendeu influenciar. De fato, essas reformas receberam fundamental apoio dos parlamentares comprados pelo Partido dos Trabalhadores e das bancadas por ele orientadas ou dirigidas, exatamente, no momento em que foram realizados os maiores repasses de dinheiro aos parlamentares acusados. Por outro lado, os líderes dos quatro partidos cujos principais parlamentares receberam recursos em espécie do PT orientaram suas bancadas a aprovarem projetos que foram encaminhados pelo governo. Somente o Sr. Jair Bolsonaro do PTB votou contra a aprovação da referida lei. Todos os demais votaram no sentido orientado pelo líder do governo e do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados.”
Fonte: “Joaquim Barbosa cita Bolsonaro no Mensalão” — Portal do Youtube, 18/09/2012 — https://youtu.be/5dvQknBCix0 – Consulta em 21/01/2022, às 17:16 h.
Emílio Odebrecht (em depoimento à Justiça Federal, em Curitiba, no interrogatório ocasionado pela Operação Lava Jato, sobre corrupção, com ênfase no período de 2006 a 2009):
“... Então, efetivamente, isso foi desde a época de meu pai, da minha e fatalmente agora. Meu pai tinha uma forma de fazer, eu tinha uma forma de fazer e Marcelo tinha outra forma de fazer. Pronto, eu sabia que tinha um responsável que tratava desses assuntos não contabilizados com Marcelo que era o Gilberto. Isso é o que eu poderia lhe transmitir.”
Ainda no depoimento citado e sobre pagamentos de recursos não contabilizados (vale dizer propina no âmbito de corrupção, acertada com o governo do PT), fora do período eleitoral, o Sr. Emílio declarou:
“Eu não tenho dúvida de que, provavelmente, estendia-se após o programa das eleições. Eu não tenho dúvida; porque era para maximizar o tempo, no tempo, era destinação ... era acertado no período eleitoral. Por que que eu dizia no tempo? É muito importante. Era uma forma de a gente ter um “head” (ou “hatch”). Não era ... isso era um conceito institucional. Não era porque eu tinha uma boa relação com o presidente Lula ...”
Fonte: “Série delações: Emilio Odebrecht conta detalhes da influência da empresa na política” — Portal do Youtube, 13/03/2017 — https://youtu.be/4l8Z-UaVd1c?t=273 – Consulta em 21/01/2022, às 09:30 h.
Léo Pinheiro (ex-presidente da OAS, no depoimento à Justiça Federal de Curitiba, sobre a questão do do tríplex de Guarujá, reformado e ampliado pela empresa OAS, supostamente, para o presidente Lula):
“... Quando estive em agosto, pela última vez [no tríplex], nós estávamos fornecendo praticamente tudo, se [ele] levou mais alguma coisa, eu não sei dizer.
Sobre a visita do Léo Pinheiro com o presidente Lula ao tríplex e, diante da indagação se era a primeira vez que o presidente ia ao imóvel:
Sim, era a primeira vez.
Sobre o pagamento do tríplex pelo presidente Lula para a OAS:
Em nenhum momento eu perguntei e nem ele ... A diferença do valor do imóvel deveria ter sido paga em 2010. A gente está tratando aqui em 2014.
Sobre tratativas entre Leo Pinheiro e o presidente Lula, sobre o negócio do tríplex:
Isso nunca foi tratado.
... Se estava sendo disponibilizado um apartamento tipo, que era de 80 m2, e estava indo para um apartamento de 240 m2, com uma área três vezes maior, tinha uma diferença de preço obviamente. Eu cobrei isso do João da [ilegível],cobrei isso do Paulo Okamoto e o Paulo Okamoto é que sempre cuidou, pelo meu conhecimento, e pelas informações do presidente, dessa parte, ... cuidava do Instituto, cuidava das palestras, sempre é ele quem mexia nessa parte financeira. Eu falei com ele várias vezes, ‘Não, vamos aguardar’ [foi a resposta]. Primeiro, aguardamos por causa da campanha eleitoral de 2010. Depois o presidente teve um problema de saúde e eu não ia ser, ... conversando sobre isso. Depois, veio a campanha de 2014. Então, esse assunto depois resolve. ...”
Fonte: Léo Pinheiro (ex-presidente da OAS) presta depoimento a Sérgio Moro – parte 6 — https://youtu.be/uLEpPXqvCuc?t=112 – Consulta em 22/01/2022, às 09:45 h.
Renato Duque (ex-Diretor de Serviços, da Petrobras, em depoimento à Justiça Federal de Curitiba) — Conforme Anexo A:
{Alguns Diretores tinham, entre outras funções, a obrigação de arrecadar recursos para partidos políticos ou agentes políticos?} “Isso não era uma obrigação; era, digamos, uma consequência. [...] Quando existia um contrato, seja ele qual fosse, que ocorria numa licitação normal, o partido ou o tesoureiro do partido, normalmente, procurava a empresa pedindo contribuição; e a empresa normalmente dava porque era uma coisa institucionalizada, já na companhia isso. [...] Normalmente, em cima de contratos da Petrobras, a empresa ganhava o contrato e era procurada para fazer doações. ... Eu tinha conhecimento disso. [...] Como eu disse, era algo institucionalizado, já. Hoje, vendo o que aconteceu, eu devo dizer que me arrependo de ter cometido ilegalidades e ter permitido que essas ilegalidades acontecessem. [...] Existia um esquema que o Barusco conduzia, o Barusco; e eu aceitei receber esse dinheiro. Ele que providenciava a conversa com as empresas; ele que providenciava os depósitos do dinheiro. Meu erro foi ter aceitado. Gostaria desde já, meretíssimo, se o senhor me permitir, de dizer que o dinheiro que tem, eu gostaria de assinar qualquer documento; eu não qual é o documento necessário para repatriar o mais rápido possível. Eu não tenho interesse nenhum em relação a isso. [...] Existia o que eu posso dizer para o senhor, uma referência; essa referência seria de 1%. Esse 1%, o que o Barusco chamava de Casa; ficava com 0,5% e o resto ia para o partido. [...] Quando atingiu 10 milhões de dólares {Na conta dele, Renato Duque, no exterior}, isso é muito mais do que eu preciso para viver, inclusive minha terceira geração. A partir daí, eu nem controlava mais. [...] A minha parte, eu recebia em conta no exterior. {Em relação a duas contas de empresa offshore, em Mônaco, com saldo de 20 milhões de euros} As contas são minhas. Eu gostaria novamente de enfatizar o meu interesse de assinar uma repatriação necessária para que esse dinheiro venha e volte aí para quem de direito. ... Esses recursos são fruto de dinheiro que o Barusco encaminhou ... resultante de corrupção. ... Tenho também conta do Banco Kramer, a que também renuncio. {Em relação aos tesoureiros do PT, Delúbio, Vacari, ...} Oficialmente, cada um sucedeu o outro; o Vacari, eu conheci o Vacari em 2007; ele ainda não era tesoureiro e ele começou a atuar na arrecadação; ele ficou uma coisa a parte; ... porque o então presidente Lula determinou; [...] eu fui chamado a Brasília, não sei se eu falo, quem me chamou, aí fica a critério do senhor; eu fui chamado a Brasília e essa pessoa falou ‘você vai conhecer uma pessoa indicada pelo; ... aí ele fazia esse movimento {passa a mão na barba, sob o queixo, para indicar que se tratava do presidente Lula}; não citava o nome; o Lula tinha, o presidente Lula era conhecido como Chefe, era chamado como ‘Chefe’, ‘Grande Chefe’, ‘Nine’ ou com esse movimento com a mão {passa a mão na barba, sob o queixo}; então, você vai receber uma pessoa que está sendo indicada; e ele vai conversar com você; ele vai ser agora, quem vai atuar junto às empresas que trabalham na Petrobras; foi quando eu conheci o Vacari em 2007; ... {Foi chamado a Brasília}Por um ministro de Estado na época, ... acho que não tem foro privilegiado, hoje; é o Sr. Paulo Bernardo. O Paulo Bernardo chegou e falou ‘a partir de agora, você vai ter contato com uma pessoa chamada Vacari, João Vacari; ele vai te procurar; e ele vai fazer os contatos com as empresas’; em 2007, a partir daí, o Vacari assumiu essa posição; e depois ele se tornou o tesoureiro oficial do partido e continuou.”
Fonte: “Depoimento de Renato Duque a Sérgio Moro – parte 1” — Vídeo do portal Youtube, de 05/05/2017 — https://youtu.be/SbzOylQw9QM?t=15 – Consulta em 22/01/2022, às 10:00 h.
Nota. A íntegra deste documento é apresentada anexa. Trata-se de uma aula sobre a corrupção sistemática do governo do presidente Lula.
Lula e os petistas
Por ele mesmo, por asseclas, por políticos, por magistrados e por empresários
Anexo A. A íntegra da 1ª fase do depoimento de Renato Duque
Nota. Considere-se uma parcela de imprecisão, já que as perguntas formuladas pela autoridade interrogadora não foram compiladas. Quando necessário, elas foram substituídas por esclarecimentos entre chaves ({ ... }); e, quando irrelevantes, elas foram substituídas por colchetes ([ ... ]).
Renato Duque (ex-Diretor de Serviços, da Petrobras, em depoimento à Justiça Federal de Curitiba, sobre corrupção em sua Diretoria):
{Alguns Diretores tinham, entre outras funções, a obrigação de arrecadar recursos para partidos políticos ou agentes políticos?} “Isso não era uma obrigação; era, digamos, uma consequência. [...] Quando existia um contrato, seja ele qual fosse, que ocorria numa licitação normal, o partido ou o tesoureiro do partido, normalmente, procurava a empresa pedindo contribuição; e a empresa normalmente dava porque era uma coisa institucionalizada, já na companhia isso. [...] Normalmente, em cima de contratos da Petrobras, a empresa ganhava o contrato e era procurada para fazer doações. ... Eu tinha conhecimento disso. [...] Como eu disse, era algo institucionalizado, já. Hoje, vendo o que aconteceu, eu devo dizer que me arrependo de ter cometido ilegalidades e ter permitido que essas ilegalidades acontecessem. [...] Na verdade, o Paulo Roberto cuidado da área do PP, o Partido Progressista. A área do PT, eu que cuidava. [...] Não conversei especificamente não {Com agentes políticos do PT}. Nada me foi pedido, isto é, tem que fazer. Era algo que era institucionalizado. [...] Todos sabiam, todos do partido; desde o presidente do partido, o tesoureiro, secretário, deputados, senadores. Todos sabiam que isso ocorria. [...] Já havia essa situação e permaneceu até a minha saída. [...] Envolvia todos os grandes contratos; nos menores não havia essa questão. Eu estou falando de contratos de 100 milhões, 200 milhões, um bilhão; aí, realmente, essas empresas eram procuradas. Eram os tesoureiros {Os responsáveis do PT para arrecadar esses recursos}. Inicialmente, o Delúbio, depois o Paulo Ferreira e, finalmente, o Vacari. ... Eu tratei com os três; com os três tesoureiros, eu tratei desse assunto. ... Eu sabia que isso acontecia e permiti que isso acontecesse. ... Não havia necessidade de aval [Junto aos representantes das empresas] [...] porque, como eu disse, era algo institucionalizado. Não precisava chegar na empresa e dizer que elas tinham que contribuir; até porque não tinha que contribuir; não era algo obrigatório. Ganhou a licitação, vai levar a licitação, vai executar a obra. Por que pagar (sic)? Essa é a questão. [...] Também recebi valores; e me arrependo. ... Nunca pedi valores, que se consulte as empresas; como colaboradoras, elas podem afiançar o que estou dizendo; nunca pedi nenhum benefício em proveito próprio. Existia um esquema que o Barusco conduzia, o Barusco; e eu aceitei receber esse dinheiro. Ele que providenciava a conversa com as empresas; ele que providenciava os depósitos do dinheiro. Meu erro foi ter aceitado. Gostaria desde já, meretíssimo, se o senhor me permitir, de dizer que o dinheiro que tem, eu gostaria de assinar qualquer documento; eu não qual é o documento necessário para repatriar o mais rápido possível. Eu não tenho interesse nenhum em relação a isso. [...] Existia o que eu posso dizer para o senhor, uma referência; essa referência seria de 1%. Esse 1%, o que o Barusco chamava de Casa; ficava com 0,5% e o resto ia para o partido. Era uma referência; nem todos os contratos se praticava esse percentual. E se alguém se recusasse a pagar, não tinha nada de ..., não existia nenhuma penalidade. Como é que acontecia na prática? De tempos em tempos o Barusco me informava: oh, eu vou te remeter um valor ‘x’. Ele nunca especificou: vou remeter o valor ‘x’, de determinada obra, de determinada empresa. Então, eu posso dizer para o senhor o seguinte: o meu sigilo bancário está disponível. Eu não tenho como identificar quem fez o depósito. ... {Em relação a controle} Não eu não tinha; esse controle, o Barusco dizia que era preguiçoso em relação ao trato com dinheiro. Não é questão de preguiça; é que realmente quando atingia determinado valor, para mim, era mais do que suficiente; você vai querer juntar dinheiro; e eu não usei esse dinheiro. [...] Quando atingiu 10 milhões de dólares, isso é muito mais do que eu preciso para viver, inclusive minha terceira geração. A partir daí, eu nem controlava mais. [...] A minha parte, eu recebia em conta no exterior. [...] Eu fui acusado de ter recebido dinheiro em espécie por alguns delatores; e eu nego, porque não aconteceu. E se pegar a delação, por exemplo, do Sr. Julio Camargo; e quando fizeram a pergunta para ele, ele responde: isso não acontecia porque o Duque era muito cuidadoso. Então, não era questão de ser cuidadoso ou não ser cuidadoso. Eu não aceitava pegar dinheiro aqui. Eu estou confessando para o senhor que eu cometi o crime, mas aqui no Brasil, eu não peguei dinheiro em espécie. ... {O Pedro Barusco recebia dinheiro?} Sim. [...] Pelo que estou vendo hoje {Mais gente recebia?} sim. Em relação ao Paulo Roberto eu sabia {que ele também recebia}; sabia porque a Diretoria dele tinha muito mais negócios do que na Diretoria de Serviços. Ele uma vez comentou comigo que o partido para o qual ele prestava serviços era um partido que exigia contribuições; o que não acontecia com o Partido dos Trabalhadores. Então, eu sabia que o Paulo Roberto recebia dinheiro. ... {Em relação ao Nestor Ceveró, da Diretoria Internacional} Eu nunca tratei com o Cerveró, a menos da ocasião de um contrato de uma plataforma da área internacional, em que ganhou um dinheiro fruto de uma intermediação minha que eu fiz. ... {Em relação a duas contas de empresa offshore, em Mônaco, com saldo de 20 milhões de euros} As contas são minhas. Eu gostaria novamente de enfatizar o meu interesse de assinar uma repatriação necessária para que esse dinheiro venha e volte aí para quem de direito. ... Esses recursos são fruto de dinheiro que o Barusco encaminhou ... resultante de corrupção. ... Tenho também conta do Banco Kramer, a que também renuncio. ... Uma explicação se o senhor me permitir: tem uma acusação durante o curso da Lava Jato parece como uma falta de respeito por essa operação. Eu movimentei dinheiro de conta da Suíça para Mônaco. Isso ocorreu, eu quero deixar claro, não foi por falta de respeito a ninguém ou nada; o banco a Suíça exigiu que o dinheiro foi tirado; então, em função dessa exigência é que houve a transferência; quero deixar claro que não houve a intenção de esconder. ... Existem 5 razões para as empresas pagarem: a primeira razão como eu disse, era {um procedimento} institucionalizado; não iniciou com essa administração; com a minha administração; já vinha de outras administrações. A segunda razão, era uma maneira que as empresas tinham de roubar os seus parceiros em determinadas horas; roubar eu não sei se o termo está forte; mas elas diziam: vou pagar uma propina para fulano e acaba não pagando aquele total ou não pagando nada e embolsando. Uma outra razão, eram diretores de empresas roubando suas próprias empresas; a gente vê vários casos desses nesses processos que a gente está acompanhando aí. Tem uma outra questão, que são os agentes que vendem dificuldade para ganhar facilidades; eles dizem para determinadas empresas que elas só vão operar se pagarem, e acabam com isso, criando um espírito propício para a propina; quando não haveria a mínima necessidade; os agentes não são necessariamente da Petrobras; tem vários casos, que hoje a gente olha e vê que o agente ganhou o dinheiro, não passou para ninguém; ele embolsou o dinheiro; quem pagou, fez o serviço, executou a obra; não era uma condição ... Eu falei sócio roubando sócio, diretor roubando sua própria empresa; tem mais uma, se em me lembrar. ... A Petrobras tem um cadastro muito forte; é difícil cadastrar na empresa. As Comissões tinham toda a autonomia para escolher as empresas. ... {O dinheiro oriundo de propina, da corrupção} Esse dinheiro que ia para os partidos era distribuídos para os agentes políticos, para quem fazia parte da campanha. Se esse dinheiro que ia para o partido era usado para benefício próprio ou para interesses privados, eu não posso afirmar para o senhor. [...] Vou voltar um pouquinho se o senhor me permitir, é um assunto recorrente na minha carreira, todo mundo diz, tem gente que diz que eu tinha parentesco com o José Dirceu, outros ... de que foi indicação. Até onde eu sei, quando desse processo da minha escolha para a Diretoria, houve um embate entre o Delúbio e o seu Pereira; o Delúbio defendia um outro nome para a Diretoria de Serviço; defendia o nome do Irani Varela, que era meu antecessor, que foi o meu antecessor na Diretoria de Serviço na Petrobras; e o seu Pereira defendia o meu nome. E o José Dirceu, então ministro foi chamado pra dar uma decisão; isso, eu fiquei sabendo a posteriori; ele foi claro: o PSDB já está contemplado na Diretoria da Petrobras e eu não vou colocar na Diretoria da Petrobras, atender o pedido do Aécio Neves; então, quem vai ficar na Diretoria é o Renato Duque. Então, eu acho que esse fato fez que de alguma maneira eu ficasse ligado a essa imagem do José Dirceu. {Em relação a recursos destinados ao José Dirceu} Hoje eu tenho em função do que eu leio aqui; na época, o que eu posso afiançar ao senhor é que ele nunca me pediu nada. Eu me encontrei {com ele} algumas vezes. Encontrei não mais do que meia dúzia de vezes, ... na casa de Milton Paskovich. O Julio Camargo, ele de alguma maneira, ele deixava transparecer para mim que ele prestava favores para José Dirceu; e eu participei de jantar na casa de Julio Camargo, com a presença de José Dirceu, onde Julio Camargo citava alguns desses favores, tipo ‘Ah, e aquela viagem que você fez de avião, você gostou? Querendo passar uma intimidade; e o José Dirceu não retrucava; o que me fazia entender que realmente existia ali um relacionamento. Conheço o Antonio Palocci; ele foi do Conselho de Administração da Petrobras, se não me engano até 2006; então, em função das reuniões da Diretoria, a gente conviveu durante esse período todo; depois que ele saiu do Conselho, ele retornou mais tarde e também convivemos; e fora isso tive uns dois jantares na casa do Julio Camargo com o Antonio Palocci; sendo que nesses jantares, diferentemente de José Dirceu, ele não dava espaço para o Julio Camargo ter maiores intimidades; nas duas vezes, eu saí dali com aquela impressão ‘o que que eu vim fazer aqui’; porque não tinha, ... era um relacionamento puramente normal, {eram tratados} política, futebol, situação internacional; nada específico Petrobras; às vezes, ele perguntava ‘o que você acha da situação da Petrobras, em tal área? Nada específico’. [...] {Em relação a Delúbio, Vacari, ...} Oficialmente, cada um sucedeu o outro; o Vacari, eu conheci o Vacari em 2007; ele ainda não era tesoureiro e ele começou a atuar na arrecadação; ele ficou uma coisa a parte; ... porque o então presidente Lula determinou; [...] eu fui chamado a Brasília, não sei se eu falo, quem me chamou, aí fica a critério do senhor; eu fui chamado a Brasília e essa pessoa falou ‘você vai conhecer uma pessoa indicada pelo; ... aí ele fazia esse movimento {passa a mão na barba, sob o queixo, para indicar que se tratava do presidente Lula}; não citava o nome; o Lula tinha, o presidente Lula era conhecido como Chefe, era chamado como ‘Chefe’, ‘Grande Chefe’, ‘Nine’ ou com esse movimento com a mão {passa a mão na barba, sob o queixo}; então, você vai receber uma pessoa que está sendo indicada; e ele vai conversar com você; ele vai ser agora, quem vai atuar junto às empresas que trabalham na Petrobras; foi quando eu conheci o Vacari em 2007; ... {Foi chamado a Brasília} Por um ministro de Estado na época, ... acho que não tem foro privilegiado, hoje; é o Sr. Paulo Bernardo. O Paulo Bernardo chegou e falou ‘a partir de agora, você vai ter contato com uma pessoa chamada Vacari, João Vacari; ele vai te procurar; e ele vai fazer os contatos com as empresas’; em 2007, a partir daí, o Vacari assumiu essa posição; e depois ele se tornou o tesoureiro oficial do partido e continuou.”
Fonte: “Depoimento de Renato Duque a Sérgio Moro – parte 1” — Vídeo do portal Youtube, de 05/05/2017 — https://youtu.be/SbzOylQw9QM?t=15 – Consulta em 22/01/2022, às 10:00 h.
“Segundo o Paulo Bernardo, o Lula tinha determinado; [...] A partir desse momento, passei a ser procurado por Vacari, e nessas conversas que eu tinha com Vacari, que acabou se transformando em uma amizade, nós conversávamos sobre diversos assuntos inclusive sobre Petrobras;
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