O Sr. Thomas Traumann, que se declara jornalista brasileiro, analista da Fundação Getúlio Vargas e ex-ministro de Comunicação Social do governo da Sra. Dilma Roussef, publicou na Folha de São Paulo o artigo “Lula busca se reconstruir em eleição mais difícil de sua vida”.
Nesse texto, é feita uma longa peroração sobre o responsável da maior crise moral, social, econômica e política da história do Brasil.
Como se não bastasse a apologia de um ex-honesto, ex-corrupto, ex-condenado e ex-presidiário, à guisa de caracterizar a volta do cabra tão emaranhado com corrupção, o articulista fez comparações da cogitada volta de Lula com os retornos políticos de Napoleão Bonaparte, Winston Churchill, Juscelino Kubstcheck e Leonel Brizola. Pecando pelo exagero — justificável pela ignomínia — é um desatino que guarda semelhanças com a comparação de um troglodita com Madre Teresa de Calcutá.
Por óbvio, o Sr. Lula precisa reconstruir a teia política que instalou os maiores escândalos de corrupção da história mundial. Ele precisa reconstruir a teia econômica com as empreiteiras que devolveram, a mando da Justiça, mais de R$ 6 bilhões obtidos na corrupção. Ele precisa reconstruir a estrutura da Petrobras, cujo gerente devolveu voluntariamente R$ 290 milhões obtidos na corrupção e cujos diretores foram presos por rombos bilionários. Ele precisa reconstruir a interação com o Palocci que em delação, declarou que ele levou R$ 300 milhões, o sítio e a cobertura.
Como inicialmente, a Folha submeteu o comentário destacado a moderação e imaginando que, da mesma forma que ocorrera com outros textos críticos à linha da Folha de São Paulo, postei outros dois comentários.
O Sr. Lula precisa reconstruir a teia política para evitar escândalos de corrupção. Precisa reconstruir a teia econômica com as empreiteiras para neutralizar a corrupção. Ele precisa reconstruir a estrutura da Petrobras, com diretores e gerentes qualificados para tornar a empresa mais lucrativa. Ele precisa reconstruir a interação com o Palocci para a prática política fundamentada na decência e na nobreza. Ele precisa reconstruir o contato com os países amigos para impedir a prevalência de ditaduras.
Este espaço é adequado para a prática da liberdade e da verdade. É intransigente no combate aos adeptos do autoritarismo de qualquer origem. É conveniente para enfrentar grosserias e ofensas, sem descer ao lamaçal que as alicerça. É especialmente primacial para o exercício da ironia como contraponto à estupidez da censura e todas as demais.
Posteriormente, com surpresa, constatei que o primeiro comentário foi divulgado pelo jornal.
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[Comentários divulgados na Folha de São Paulo online de 14/Mai/2022]
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