sábado, 26 de fevereiro de 2022

Bipolaridade da fé política


 

Para se deter o autoritarismo, a democracia deve ser defendida dos políticos ou dos intelectuais? No artigo “O triângulo invertido dos sonhos de Lula”, publicado no Estadão de 26 de fevereiro, um consagrado cientista político declara que “Lula provavelmente vencerá com um pé nas costas”. 

Como o sábio está afirmando que um ex-honesto, ex-corrupto, ex-condenado e ex-presidiário vai vencer as eleições de um dos grandes países do mundo, convém que seu nome não seja identificado. 

É provável que o articulista esteja se baseando nas pesquisas de opinião do Quaest, IPEC, Datafolha e IPESPE. Ou é apenas porque o caboclo é da grei do PSDB?

 

Ora, o indigitado deveria pelos menos dar uma avaliada nos números apresentados por esses institutos. É curioso, incrível e surpreendente que ao longo de vários meses, segundo todos eles, a preferência dos eleitores se mantém inalterável, no entorno de 45% a 25%, entre os dois pré-candidatos supostamente mais bem votados nas pesquisas. 

Essa similaridade nos números seria ironia, fantástica coincidência ou brincadeira (do tipo “me engana que sou sábio e gosto muito!”)? Um humano ainda em estágio incompleto de evolução indagaria: “será que isso é um indicador de excesso de boa fé ou de bipolaridade no exercício da fé política?”

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[Divulgado no Estadão online de 26/Fev/2022]

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