sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Vaticínios de Natal

Para cumprir a missão de oráculo, é preciso decolar em direção ao futuro. Depois de partir de ultraleve, estamos chegando ao momento do pouso, que ocorrerá hoje, nesta manhã de 25 de dezembro de 2022. Olhar o mundo do alto favorece a possibilidade de vaticinar. Ademais, a passagem em 2000 pelas ruínas de Delfos facilita a arte da previsão. Os profetas de Delfos vaticinavam os cenários que os deuses queriam que prevalecessem. Eu, reles e limitado mortal, vaticino aquilo que uma parcela de cidadãos acha conveniente para a maioria da espécie. Estes vaticínios abrangem as seguintes esferas de protagonismo humano:  

     - a Copa do Mundo;

     - a pandemia do coronavírus;

     - a crise ucraniana;

     - a eleição presidencial de outubro de 2022; 

     - a endemia dos adeptos do petismo e similares; e

     - as manifestações no Canadá. 

Todo vaticínio decorre da arte de previsão de cenário. Forçoso é admitir que cenário é uma entidade probabilística e, como tal — formulados os cenários extremos e o cenário ideal — garantia não há de que ocorra qualquer deles, contudo a realidade poderá estar enquadrada no interior dos limites do que for configurado.

[1] 

Em 18 de dezembro de 2022, a desacreditada seleção brasileira de futebol confirmou a surpreendente participação na Copa do Mundo do Qatar e venceu com soberbos méritos a disputa pelo terceiro lugar, goleando a equipe adversária pelo placar de 4 x 1 — o mesmo da saudosa final da Copa do Mundo do México, em 1970. 

Eu que me considero um apreciador fanático de futebol — contrariando muitos e julgando de forma ilógica o que não tem lógica — apostei, anteriormente, que seríamos campeões do mundo. Dessa vez, não deu! Mas, a insatisfação está compensada pela boa participação ao longo do torneio.

[2] 

Outro assunto candente é a pandemia do coronavirus que aterrorizou o mundo nos últimos três anos. Por volta de julho deste ano de 2022, os efeitos terríveis da conjuntura pandêmica estavam reduzidos e a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou que — pela queda de número de infectados e, sobretudo, pela redução da quantidade de mortos por Covid-19 —, a pandemia estava superada, ingressando o mundo na condição de endemia. Pois bem, por volta do início deste mês de dezembro outra evolução otimista ocorreu. Com a redução de infectados e mortos para números condizentes, a OMS publicou um novo documento em que encerrava o caráter endêmico da moléstia. 

Doravante, os cuidados pessoais e higiênicos preventivos deverão ser mantidos, pois a moléstia continuará perturbando os humanos, de forma controlada, com medicamentos consagrados de prevenção (as vacinas) e de cura (os novos medicamentos apresentados pelas “biofármacas”). A humanidade respira, pois, aliviada.

[3] 

Passemos agora à crise ucraniana. Em janeiro do corrente ano, o presidente russo Vladimir Putin concentrou tropas e equipamentos militares na fronteira russo-ucraniana e divulgou para a comunidade internacional a ameaça de invadir aquele país. O mandatário russo tinha três grandes objetivos estratégicos. Eles são caracterizados a seguir.

O primeiro objetivo era a reafirmação da liderança perante os cidadãos russos, que ainda não tinham vencido os constrangimentos e decepções sofridos desde o esfacelamento da União Soviética. Nesse sentido, o líder Putin passou a representar a esperança de recuperação pelo menos de parcela do poder e prestígio anteriores — “falar grosso” com o mundo era uma forma de potencializar sua grandeza perante seus compatriotas.

O segundo objetivo era a retirada das forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) estacionadas nas fronteiras da Europa Ocidental com a Rússia (não é demais lembrar que, na década de 1960, Nikita Kruschev colocou mísseis nucleares em Cuba, ameaçando os Estados Unidos de forma extremamente agressiva. Nas tensas negociações que se seguiram, em troca da retirada dos mísseis soviéticos de Cuba, o Kruschev obteve do presidente americano John Kennedy, a retirada das forças americanas e respectivas armas, da Turquia).

E o terceiro objetivo era a renúncia da Ucrânia ao ingresso na OTAN e na União Europeia (UE). A Ucrânia sempre foi associada à Rússia. Fez parte da extinta União Soviética. Em caso de conflito — ou por medida de segurança preventiva — constitui um obstáculo às forças ocidentais que porventura queiram invadir o território russo pelo sul. É um dos caminhos naturais do gás russo exportado para o Ocidente. Então, admitir que a Ucrânia saia da esfera diplomática, econômica, política e militar russa é impensável e inaceitável para Putin.

A crise ucraniana, que chegou a momentos dramáticos a partir do primeiro trimestre deste ano, foi, neste mês de dezembro, controlada por meio da diplomacia. Os americanos e europeus concordaram com uma redução de forças da OTAN na fronteira russa e reafirmaram a concordância com a soberania completa da Rússia sobre a Crimeia. Putin determinou a retirada de uma metade das forças que estavam estacionadas na fronteira ucraniana. E, por último, a adesão da Ucrânia à OTAN e à UE foi postergada e dificultada.

 

 

Vaticínio sobre a crise russo-ucraniana

O Vaticínio de Natal — um exercício de ironia formulado para o próximo dia 25 de dezembro — dava conta de que, com a probabilidade de 60%, não haveria a invasão da Ucrânia pela Rússia; e que a crise seria resolvida por meios diplomáticos e econômicos.

Conforme o acompanhamento mostra, a previsão sobre a crise russo-ucraniana falhou. Prevaleceu a probabilidade de 40% presumida para a ocorrência da invasão. Senão vejamos!

 

Avaliação A1 – 12/02/2022

 

Esse vaticínio foi formulado dois dias atrás, isto é, no dia 10/02/2022.

Hoje, a imprensa mundial divulgou que a Rússia estava prestes a invadir a Ucrânia. Provavelmente, isso ocorreria na próxima 4ª feira, dia 16/02/2022.

O acompanhamento continuará. 

Como ao final deste texto, atribuí a probabilidade dos vaticínios em torno de 60%, se a possível invasão divulgada pela imprensa se confirmar, ela terá ocorrido à luz da probabilidade de 40%, o que não torna o vaticínio exatamente desastroso.

 

Avaliação A2 – 16/02/2022

 

Digno de registro: o presidente Bolsonaro encerrou ontem uma contestada visita à Rússia.

Já o presidente Putin declarou que estaria retirando parcela das forças militares na fronteira russo-ucraniana. Isso favorece o vaticínio formulado.

Um pouco depois do anúncio de Putin, foi divulgado que forças rebeldes teriam atuado contra os militares ucranianos e em favor da Rússia.

É crucial o acompanhamento e avaliação.

 

Avaliação A3 – 21/02/2022

 

O presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu publicamente a independência de Donetsk e Lhuansk, duas regiões no leste da Ucrânia controlada por separatistas apoiados por Moscou.

Seria essa ação o prenúncio de uma iminente invasão da Ucrânia pelas tropas russas (mais de 130.000 soldados) estacionadas na fronteira russo-ucraniana?

 

Avaliação A4 – 24/02/2022

 

O Vaticínio de Natal sobre a crise russo-ucraniano falhou. As pitonisas de Delfos estão em estado de depressão.

Os militares russos lançaram um ataque multifacetado a cidades em toda a Ucrânia na manhã de quinta-feira (24/02/2022), desafiando meses de esforços diplomáticos dos EUA e seus aliados para impedir a invasão e desencadeando a maior crise militar no continente europeu desde a Guerra Fria. 

O presidente dos EUA, Joe Biden, denunciou os ataques como “não provocados e injustificados” e disse: “O mundo responsabilizará a Rússia”.

 

Postei na Folha de São Paulo e no Estadão o seguinte comentário:

           “A fraqueza dos líderes europeus e americano está permitindo que Putin resolva questões históricas na Ucrânia (não se pode esquecer Holodomor e os 6 milhões de ucranianos assassinados de fome pela turma de Stalin), legítimas ou não, bem como o cerco da Rússia pela OTAN. Ele jamais faria isso com Reagan e Thatcher. Quem vai ganhar? E perder? E o Brasil nessa história, vai ganhar alguma coisa dos russos? Vai manter a exportação global de alimentos? Será que não bastava o SarsCov2?

 

 

[4] 

No que concerne à eleição presidencial brasileira de outubro de 2022, antes de rememorar o vencedor, há a considerar uma gama ampla de aspectos condicionantes. Com o advento da revolução tecnológica, com ênfase para as transformações da telemática e cibernética — e o magistral impacto nas comunicações — o mundo mudou e a interação entre homens públicos e os demais cidadãos foi impactado de forma inquietante. Porém, alguns políticos, “scholars” e outros analistas continuaram inadvertida ou convenientemente estacionados no passado.

A descoberta anterior da corrupção e a punição de poderosos (alguns preferem achar que foi uma “quase punição”) foi arrasadora. A libertação de malfeitores, inclusive e especialmente de um candidato à presidência, gerou inconformismo e indignação. 

A atuação do Sr. Jair Bolsonaro, que — mesmo sendo considerado mal-educado, grosso e desagradável, e difere dos demais por aparentar ser mais verdadeiro, espontâneo e similar ao cidadão comum — deu uma contribuição para a mudança de padrões de compreensão e avaliação. 

A gestão pública libertada da corrupção e os êxitos inquestionáveis do governo na infraestrutura, na agricultura e no desenvolvimento regional, com foco prioritário na região nordeste, trouxe a expectativa de que governar não é mentir nem enganar nem falsear o compromisso com os interesses coletivos. 

A insistência com que os opositores do governo federal continuaram acusando o presidente da República, com a abordagem enganosa de caracterizá-lo como genocida, racista, homofóbico, machista, negacionista, “antiambientalista” e outros adjetivos, transmitiu a impressão para uma grande parcela da opinião pública de que havia uma enorme falsidade na narrativa; e — atenção! — mascarou os verdadeiros pontos fracos do governo.

A oposição sistemática e recorrente, da mídia e do poder judiciário, ao presidente da República mostrou-se desarrazoada, inconveniente e até inaceitável. A teimosia dos formadores de opinião de ignorar as circunstâncias impactantes e prosseguir na avaliação da conjuntura pelos paradigmas antigos explicam o resultado das eleições de outubro de 2022.

As tentativas fracassadas da oposição de utilizar a fraude e a violência — com grande similaridade ao que ocorrera em 2018 — formaram o corolário de tudo o que ora é especificado e determinou o rumo político do Brasil nos próximos 4 anos.

Pois bem, contrariando a maioria das pesquisas de opinião, o Sr. Jair Bolsonaro foi o primeiro colocado no 1º turno, com larga margem de vantagem para o segundo colocado, o ex-honesto, ex-corrupto, ex-condenado e ex-presidiário, Sr. Luís Lula da Silva. Ambos foram para o 2º turno e a vitória coube ao Sr. Jair Bolsonaro. Foi surpreendente para todos que se recusaram admitir as transformações da conjuntura política, moral, social e econômica em curso no Brasil e no mundo. Para a maioria dos cidadãos foi uma consequência natural dos condicionantes ora apresentados.

[5] 

Resta agora refletir sobre a endemia dos cidadãos adeptos do PT e similares. Quais são os indicadores da moléstia que aflige essa parcela de cidadãos brasileiros, que apoia cegamente o ex-presidiário derrotado na eleição presidencial? 

Os petistas e seus correligionários têm consciência de que o petismo brasileiro é alicerçado na fraude e na corrupção, como bem demonstraram, no passado, as interações dos próceres do partido com empresários, líderes de estatais e outros personagens corruptos. Para eles, dúvidas não há de que as centenas de milhões devolvidos voluntariamente pelo gerente Barusco; os vários bilhões recuperados no meio empresarial pela Justiça Federal; a tentativa frustrada de compra do tríplex do Guarujá e do sítio de Atibaia e outros comprovados malfeitos geram um conflito psicológico terrível, dado que dúvida não há de que essas coisas são sórdidas, mas eles manifestam satisfação e prazer na dor e humilhação resultantes da expressa preferência por essa atuação institucional.

Eles são apoiadores dos regimes da Venezuela, de Cuba e similares e sofrem do paradoxo colossal de gostar de regimes que suprimem a liberdade, conspurcam a verdade, empobrecem as estruturas econômicas e causam fome, doenças e fuga em massa para outros países.

Eles não desconhecem que, independentemente de falhas que existiram, a atuação do governo Federal no período de 2019 a 2022 configurou transformações impensáveis no Brasil e, especialmente, no Nordeste — região para onde, no passado, foram carreados montantes extraordinários de recursos, que se perderam na corrupção e na indigência profissional. Nessa questão, o transtorno decorre do ódio acumulado contra os benefícios, vantagens e mudanças que o atual governo Federal levou para aquela região, sobretudo para o extrato mais desfavorecido da sociedade nordestina. 

Como gostar do que é hediondo e odiar o que é virtuoso para o ser humano? Nos exemplos citados, há um masoquismo e uma distopia subjetiva inegáveis de parte dos petistas, com a agravante de que, na maioria dos casos, é incurável. Ademais, na recente derrota no 2º turno da eleição presidencial, os transtornos se tornaram endêmicos, a tal ponto que estudos devam ser desencadeados nas instâncias devidas para que haja a decretação e o anúncio formal da endemia que aflige os petistas e seus correligionários.

[6]

No Canadá, o primeiro-ministro Justin Trudeau adotou, no primeiro trimestre deste ano de 2022, várias medidas restritivas à liberdade no contexto da pandemia do coronavírus que contrariaram uma expressiva parcela de cidadãos canadenses. Então, uma série de protestos foram iniciados pelos caminheiros e se estendeu para várias camadas da população. A situação se tornou grave, devendo ser enfocada pelo conflito daqueles que não abrem mão da liberdade contra os que concordam com limitações resultantes da anormalidade pandêmica.

Uma consequência desse estado de coisas naquele país democrático desenvolvido foi a queda do primeiro-ministro Trudeau. Então, os canadenses tiveram que escolher em 2022 um novo chefe de governo.

Em síntese, neste Natal, à luz dos vaticínios formulados, cumpre assinalar que o mundo e o Brasil vivenciaram em 2022 uma evolução que contempla a preservação da paz e da harmonia, a esperança e o otimismo. 

 

Em síntese, neste Natal, à luz dos vaticínios formulados, cumpre assinalar que o mundo e o Brasil vivenciaram em 2022 uma evolução que contempla a preservação da paz e da harmonia, a esperança e o otimismo. 

A seleção brasileira de futebol conquistou o terceiro lugar na Copa do Mundo do Qatar. A pandemia e a endemia do Covid tiveram seu término anunciado oficialmente pela OMS. A crise ucraniana, que tinha o potencial de mergulhar o mundo na maior crise pós-2ª Guerra Mundial, foi superada sem grandes perdas para a Rússia e para o Ocidente. O presidente que representa as crenças e valores primaciais da maioria dos brasileiros reelegeu-se presidente da República, criando perspectiva para que as transformações requeridas pela sociedade brasileira venham a ser concretizadas, bem como potencializadas a partir de 2027 e 2031. E conquanto haja uma endemia associada com os adeptos do petismo e de seus correligionários, há a expectativa de que, no longo prazo, os benefícios oriundos da eliminação da corrupção e da gestão qualificada nos negócios públicos tragam pelo menos o alívio dos efeitos da moléstia que os aflige.

Por último e inequivocamente relevante, para que o exercício da arte da previsão não seja contaminado pela irresponsabilidade da ausência de estudo necessário e suficiente, declaro que a probabilidade de ocorrência dos vaticínios formulados encontra-se na proximidade do patamar de 60%.

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Curiosidades motivadoras


Inscrição na entrada do Oráculo de Delfos: 

“Γνωρίστε τον εαυτό σας” (“Gnoríste ton eaftó sas”)

Nosce te ipsum (ou “Temet nosce”)

“Conhece-te a ti mesmo.”

Declaração da sacerdotisa quando Sócrates visitou o Oráculo de Delfos: 

“Είσαι ο πιο σοφός άνθρωπος στην Ελλάδα” (Eísai o pio sofós ánthropos stin Elláda)

“Sapientissimus es in Graecia.”

“Tu és o homem mais sábio da Grécia.”

Resposta de Sócrates: 

“Ξέρω μόνο ότι δεν ξέρω τίποτα” ("Xéro móno óti den xéro típota”)

“Ipse se nihil scire id unum sciat"

              “Só sei que nada sei!”

Fontes: “Sócrates e o Oráculo de Delfos -  Filosofia Enem” — Blog do ENEM — https://blogdoenem.com.br/socrates-oraculo-delfos-filosofia-enem/— Acesso em 27/01/2022, às 11:05 h.

Google Tradutor — https://translate.google.com.br/?sl=pt&tl=la&text=Tu%20és%20o%20homem%20mais%20sábio%20da%20Grécia.”&op=translate — Acesso em 27/01/2022, às 11:20 h.



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Fonte: Fotos tiradas por ARS e IKSRS – Delfos, Grécia – 14/03/2000.

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Fonte: Fotos encontradas em “Oráculo de Delfos” — Wikipédia – A Enciclopédia Livre — https://pt.wikipedia.org/wiki/Oráculo_de_Delfos — Consulta em 27/01/2022 — Acesso em 27/01/1949, às 11:05 h.

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