Na ânsia de poder que o motiva, o ex-juiz Sérgio Moro, na condição de pré-candidato a presidência da República, proclamou que pretende propor a independência funcional do diretor-geral da Polícia Federal.
Não custa lembrar que o ex-presidente Lula, também pré-candidato, foi solto depois de ter sido condenado no maior escândalo de corrupção da história do Brasil. Entretanto, o ex-condenado foi libertado da prisão pela Suprema Corte por falhas associadas com tecnicalidades jurídicas, cometidas pelo Sr. Moro, como magistrado da Justiça Federal do Paraná, por ocasião do julgamento e condenação do ex-presidente naquela instância judicial.
O Sr. Moro aceitou o convite para ser ministro da Justiça do governo Bolsonaro e, por isso, renunciou à condição de juiz; omitiu-se nos casos em que houve excesso de governadores em ações que feriram liberdades individuais; deixou o ministério, fazendo acusações contra o governo que o acolheu — em episódio típico de traição no meio político, algo sem precedentes entre aqueles que primam pela decência; e agora prossegue em sua sanha por atingir o mais elevado cargo da República, algo que sua estatura deixa muito a desejar.
Qual é o objetivo do Sr. Moro? A indagação essencial é saber se ele quer dar independência para a PF visando evitar que juízes desqualificados prendam corruptos contumazes com acusações fundamentadas de forma indigente e depois a corte compromissada com a impunidade decrete a liberdade? É isso que ele quer?
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[Divulgado na Folha de São Paulo online de 17/Fev/2022]
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