quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

A invasão da Ucrânia pela Rússia - II


Os especialistas em relações internacionais estão elencando as seguintes razões para a operação russa lançada nesta madrugada, em que as principais cidades ucranianas foram atingidas por maciço ataque de mísseis russos:

Os especialistas em relações internacionais estão elencando as seguintes razões para a operação russa lançada nesta madrugada, em que as principais cidades ucranianas foram atingidas por maciço ataque de mísseis russos:

– expansão da OTAN sobre países que antes integraram a União Soviética (entre 1999 e 2017 a NATO incorporou vários países da Europa central e de leste, a maioria deles antigos estados comunistas: República Checa, Hungria, Polônia, Bulgária, Estônia, Letônia, Lituânia, Romênia, Eslováquia, Eslovênia, Albânia, Croácia e Montenegro);

– visão histórica de países e povos de mesma origem, conectados por interesses comuns;

– fator Zelenski — ex-humorista, presidente eleito democraticamente pelos ucranianos e que passou a se constituir em aliado da União Europeia;

– ameaça à Rússia, não apenas na Ucrânia, mas na em outros países vizinhos, como a Bielorrússia e o Cazaquistão, cujos chefes de governo são aliados russos, mas com atuante oposição interna, contrária aos respectivos governantes e também à Rússia;

– conflitos internos enfrentadas pelo presidente Putin bem como aprovação popular em queda — nesse sentido, um conflito externo lhe conferiria uma demonstração de força e atenuaria a ação dos opositores; e

– interesses econômicos relativos à obtenção de alimentos e caminho em território ucraniano para a exportação de gás russo.

 

Essas razões devem ser consideradas, contudo há outro aspecto cuja relevância tem sido ignorada.

 

As explicações dos especialistas são apropriadas e se constituem em uma verdadeira aula sobre as questões russas, porém, constata-se a omissão de uma razão essencial, primordial e prevalente: a fraqueza dos líderes europeus (Emmanuel Macron, Boris Johnson e Olaf Scholz) e, principalmente, a fraqueza do presidente americano (Joe Biden).

Graças a essa tibieza, o mandatário russo, com a histórica visão autoritária de sua terra, fez, aprontou e tripudiou. Simples! Não precisa desenho ilustrativo nem separar as sílabas ou soletrar as palavras. 

Agora, vai ser possível cuidar de Taiwan? Será que o Xi Jiping não vai querer aproveitar a oportunidade?

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[Divulgado no Estadão online de 24/Fev/2022]

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