sábado, 5 de março de 2022

Integrante de comitiva presidencial em viagem ao exterior


Foi noticiado pela imprensa que o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF) expediu despacho para que o Poder Executivo explique em cinco dias as condições oficiais da inclusão do vereador Carlos Bolsonaro, na comitiva da Presidência da República que cumpriu missão junto ao Presidente Bolsonaro na recente viagem à Rússia.

 

Será que, nos países democráticos, existe Ínfima Superficial Corte que determina a investigação de mandatário, futuro ex-presidiário, por transportar na aeronave presidencial, em viagem ao exterior, figura de seu círculo íntimo, sem constar da relação oficial, como determina a lei?

 

Quando, há 2500 anos, Platão escreveu o seminal livro “Apologia de Sócrates”, um de seus objetivos era evitar que, na evolução da Humanidade, houvesse magistrados que causassem vergonha aos cidadãos.

 

Quando, há 2400 anos, Aristóteles escreveu o insuperável livro “Ética a Nicômaco”, um de seus objetivos era alertar os cidadãos contra a investidura de chefe de governo que viesse a se tornar ex-honesto, ex-corrupto, ex-condenado e ex-presidiário.

 

À exceção dos dois mestres da Humanidade, não nominei pessoas e países. Será que algum paraguaio, boliviano ou qualquer latino-americano é capaz de identificar os caboclos dessa metáfora da distopia?

 

Em face da intervenção de uma cidadã de oposição — a leitora ‘Hemera’ Luci Neves, que utilizou linguagem inapropriada para ser reproduzida neste espaço — clamando por inépcia em meus garranchos de indignação, contraditei com veemência.

 

Tem gente que aprende rápido a gostar da Liberdade de proferir a Verdade. Tem gente que demora um pouco. Agora, tem gente que jamais vai aprender, pois está em um processo inicial de evolução que impede a compreensão dessas coisas simples, associadas com a decência, a boa fé, a coragem e a ética. Normalmente, indivíduos dessa facção têm grande apego pela fraude e pela violência. É preciso muito cuidado com eles.

 

Com reconhecida lucidez, um petista contraditasse meus comentários. Ele declarou: 

        “O Sr Lula é oriundo das camadas mais baixas da população e, por essa razão, ele é muito sensível às necessidades e anseios populares. Nesse sentido, ao ser eleito presidente, ele não teve alternativa senão juntar-se a empresários sem compromisso com a causa pública e com políticos sem ilibada conduta para conduzir seu governo em busca da solução dos graves problemas que afligem as dezenas de brasileiros mais necessitados. Ao término de seu produtivo governo, ele queria apenas morar em um apartamento simples e descansar em um local calmo e afastado da confusão urbana.”

 

Viram a diferença entre um ‘petista lúcido’ e a egrégia ‘Hemera’ Luci Neves? 

Abissal! Meia linha, meia dúzia de adjetivos e ... Entre os paradigmas Liberdade, Verdade, Coragem e Ética ‘Hemera’ tem uma enorme coragem, isto é, a coragem de expor seu talento, qualificação, resiliência, sabedoria e outros atributos que a tornam um ser humano magnífico e capaz de ter a opção e a vocação para a vanguarda. 

Vanguarda de que cara pálida?

 

Notas.

[1] O chamado "petista lúcido" é uma simulação que formulei sobre os respectivos cidadãos, com o objetivo de mostrar a diferença entre as artes de argumentar e ofender. Em realidade, é difícil encontrar naquela facção alguém que possa satisfazer aos atributos e paradigmas requeridos em qualquer comunidade civilizada.

[2] ‘Hemera’, oriunda da mitologia grega, tem uma grande beleza e é considerada uma deusa da persuasão e da mentira. Ela era filha de Nix (a noite) com Érebro (as trevas). 

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[Divulgado na Folha de São Paulo online de 5/Mar/2022]

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