O historiador judeu Yuval Noah Harari publicou na imprensa mundial — aí incluída a Folha de São Paulo — o artigo “Por que Putin já perdeu essa guerra”, versando naturalmente sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Com argumentação convincente, ele mostra que, do ponto de vista militar, a guerra está sendo ganha pelos russos, porém do ponto de vista político e social, o heroísmo ucraniano, ao enfrentar o rolo compressor do exército invasor, conseguiu a adesão da totalidade da opinião pública e dos governos ocidentais.
Nesse sentido, o maior argumento para a invasão da Ucrânia pela Rússia está sendo jogado por terra. A Ucrânia e o povo ucraniano existem, estão resistindo bravamente e estão recebendo o reconhecimento internacional.
Ao final do artigo, há uma sequência de perguntas e respostas, cuja autoria está indeterminada. Na resposta à última indagação, fica evidenciado que, no âmbito da ONU, a diplomacia brasileira está condenando a invasão da Ucrânia, em detrimento da orientação do presidente da República, que estaria defendendo a neutralidade. Será que algum articulista da Folha de São Paulo aproveitou o ensejo para incluir esse adendo, sem a devida identificação de autoria?
Alguém precisa transmitir para o articulista que o Ministério das Relações Exteriores e seus diplomatas se posicionam na ONU de acordo com a orientação do Presidente da República, a quem são subordinados.
A divergência sugerida entre o presidente e os diplomatas é uma falsidade, crível apenas por mentes desafortunadas pelo destino.
Pode ser que o autor do questionário e respectivas respostas considera que os leitores têm cérebro com a consistência de fígado de sapo, assim meio parecida, a inconsistência, com a de seu próprio cérebro.
Por óbvio, entendo ser improvável que as citadas aleivosias sobre o governo brasileiro tenham origem no talento do Sr. Harari.
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[Divulgado na Folha de São Paulo online de 7/Mar/2022]
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