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O consagrado colunista William Waack publicou no Estadão o artigo “A recuperação de Bolsonaro”, em que trata da reação do presidente nas pesquisas de opinião e nas consequências para o ex-presidente Lula e para os demais pré-candidatos à presidência da República.
O Sr. Waack dá uma de sábio e, subliminarmente, se propõe a alertar os oposicionistas de que o presidente está no páreo e, portanto, é conveniente buscar alternativas de estratégias para enfrentá-lo. Ocorre que o Sr. Waack parte de uma premissa falsa: a confiabilidade das pesquisas de opinião.
Analistas políticos, intelectuais falsos ou não, outros formadores de opinião e ele próprio têm se mostrado cegos e surdos diante da realidade. Como acreditar em pesquisas de opinião que mantém na dianteira um ex-honesto, ex-corrupto, ex-condenado e ex-presidiário impedido de sair às ruas, ir a restaurante e caminhar em aeroporto, sob pena de ser vaiado e escorraçado pelos cidadãos?
Ademais, ao mencionar “recuperação de Bolsonaro”, mesmo diante de dados que chegam à beira do ridículo (44% para Lula contra 26% para Bolsonaro), não estaria o colunista se precavendo da desmoralização que adviria de um possível resultado contrário ao que ele tem defendido?
De resto, o autor menciona as camadas “pensantes” das elites políticas e econômicas, além das intelectuais. As aspas são um ato falho ou um ato proposital para chamar a atenção dos “pensadores”? Seria conveniente identificar os integrantes das elites “pensantes”.
O sábio está se referindo aos responsáveis pela classificação da Justiça Criminal brasileira em 112º., em 139 países avaliados; pelas urnas eletrônicas brasileiras SEM voto auditável, na companhia de Butão e Bangladesh; e pelos 100 milhões de brasileiros sem esgoto?
Ou, simplificando, está se referindo aos defensores de um ex-honesto, ex-corrupto, ex-condenado e ex-presidiário na Presidência?
No atinente aos comentários dos leitores, uma parcela deles mergulha no campo da grosseria e das ofensas, com alegações alicerçadas na falsidade.
Pelo nível de avaliação, argumentação e inferência dos opositores sobre a realidade brasileira, o resultado das eleições é previsível e a vitória será fácil.
O sujeito tem o direito líquido e certo de gostar de lamber o limão cortado ao meio, mas dizer que o limão é doce é um problema de distopia de neurônios e respectivas interfaces.
É terrível constatar que desenhar, separar sílabas ou até mesmo soletrar não é suficiente para essa turma usar a faculdade fundamental do ser humano: pensar! Convenhamos, chupar limão, sentir dor e sofrer deve ser terrível!
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[Divulgado no Estadão online de 24/Mar/2022]
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