Como explicar a intransigente, resiliente e indigesta oposição de intelectuais e formadores ao presidente Jair Bolsonaro? Contrariedade de interesses jamais contrariados?
Transcrevo a manifestação de uma articulista cujo nome convém ser evitado:
“Agora é saber se as Forças Armadas apoiam o ataque do presidente (que o general Ernesto Geisel chamava de “mau militar”) ao Supremo, para defender um tipo como Daniel Silveira e a violência estúpida contra as instituições e a democracia.”
Não se trata da defesa do deputado Silveira. Trata-se de questão jurídica. O indulto do parlamentar obedeceu aos trâmites rigorosamente corretos.
Crime houve? Provavelmente sim. Possivelmente, houve quebra de decoro por parte do parlamentar; e possivelmente, houve injúria, calúnia ou difamação. Pela Constituição e demais estatutos em vigor, no primeiro caso, o julgamento deve ser realizado pela Câmara dos Deputados; e no segundo caso, o ofendido deve processar o suposto ofensor por intermédio da instância devida e cuja iniciativa não cabe à Suprema Corte.
O magistrado ofendido acusou, julgou e condenou o suposto criminoso. Isso só tem precedente em ditaduras hediondas. O presidente agiu de acordo com a Carta Magna.
Não se trata pois de questionamento concernente a militares. Enfatize-se: a questão é de cidadania nas esferas política e jurídica.
A manifestação de oposição, plena de indignação, desespero e inverdade, é resultante da condição de ente rejeitado?
Ou de ente que perdeu as facilidades financeiras?
Ou de ente derrotado em suas concepções?
Ou de ente surpreendido com o inesperado?
Ou de ente desmentido a cada manifestação iníqua?
Ou de ente sensível ao provável futuro adverso?
Diagnosticar é fácil, vaticinar também. Basta paciência para aguardar outubro.
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[Divulgado no Estadão online de 24/Abr/2022]
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