Em face da duvidosa confiabilidade do processo eleitoral com urnas eletrônicas não auditáveis, o presidente Jair Bolsonaro sugeriu publicamente uma contagem paralela dos votos pelas Forças Armadas por ocasião do pleito presidencial de outubro vindouro.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, saiu em defesa da Justiça Eleitoral e aduziu que "não tem cabimento levantar qualquer dúvida sobre as eleições no Brasil".
Defesa das urnas eletrônicas? Tudo bem! Atualmente, há cerca de 40 países no mundo que utilizam urna eletrônica, porém apenas 3 utilizam urna eletrônica sem voto auditável: Butão, Bangladesh e Brasil. Até o Paraguai recusa urna eletrônica sem voto auditável.
Por que os ministros do judiciário, o presidente do Senado, os intelectuais e outros formadores de opinião ignoram esses dados?
Por má fé, canalhice e doença infecto-ideológica? Ou falta de compromisso com a verdade e com a ética (o que dá no mesmo)?
No atinente à insistência de interlocutores de propalar a inviolabilidade das urnas eletrônicas, convém argumentar com clareza.
Perguntas aos sábios! Vocês aceitam ter conta bancária em banco que não tenha o extrato bancário para possível conferência? Vocês aceitam colocar seus filhos em escolas que não tenham o documento com o extrato das notas? Vocês aceitam comprar um imóvel de alguém que se recusa a fornecer e transferir a respectiva escritura pública? Citei 3 casos que dependem de auditagem. As leis brasileiras determinam que o processo de contabilização eleitoral seja público, o que significa — como ocorre em 37 países — a impressão do voto, inclusive para posterior auditagem, se necessária. Macaco entende, basta treinar!
No que concerne aos críticos que argumentam com ofensas, respondo com indignação ...
Os zurros e os mugidos são válidos. Afinal os jumentos e os bovinos só conhecem estas linguagens e eles devem ter a liberdade de praticá-las; ademais, a liberdade de não possuírem a faculdade de pensar é legítima. Em todo o caso, fica garantida a liberdade de não saberem o que estão fazendo.
Por último e igualmente essencial, a inferência inequívoca: é facultada a liberdade do exercício de suas opções e vocações, inclusive as preferências por ex-honesto, ex-corrupto, ex-condenado, ex-presidiário e ex-pessedebista.
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[Divulgado no Estadão online de 28/Abr/2022]
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